I SÉRIE — NÚMERO 1
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criticar a proposta de convergência entre a Caixa Geral de Aposentações e a segurança social, como se o
atual Secretário-Geral do Partido Socialista não estivesse no País enquanto o Governo de José Sócrates nos
levou ao pedido de resgate e à falência.
Srs. Deputados: Superada a situação de verdadeira emergência em que o País mergulhou em 2011,
aprofundar a reforma do Estado é agora uma tarefa urgente.
Como candidato à segunda maior câmara do País — Sintra —,…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Ah! Afinal, este é o comício de Queluz de Baixo!…
O Sr. Pedro Pinto (PSD): — … considero que é necessário repensar todo o relacionamento entre o
Governo central e o governo autárquico, redefinindo áreas de intervenção e eliminando duplicações que
atrasam os municípios e o País.
Em matéria de proteção social, é o Governo central que, numa primeira linha, tem competência, mas ao
presidente de cada câmara, como poder próximo, cabe a obrigação de zelar pela qualidade de vida das
pessoas e de garantir que as condições de saúde, educação, proteção social e segurança são efetivamente
asseguradas.
No País ou nas autarquias, considero fundamental a aposta num modelo de desenvolvimento sustentável
que represente a aliança entre o crescimento económico, a justiça social e o respeito pelo ambiente.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Pedro Pinto (PSD): — Mas vamos a um exemplo concreto: numa altura em que precisamos de criar
mais emprego, uma autarquia como a de Sintra, que todos os anos recebe 1,4 milhões de turistas, não pode
ver investimentos perderem-se numa teia de ineficiências burocráticas.
É necessário que o concelho, que tem 400 000 pessoas e é o segundo maior do País, possa atrair mais
hotéis, mais unidades de turismo rural, mais turismo de charme. Só assim é possível criar mais emprego,
sobretudo nas faixas etárias mais afetadas pela falta de trabalho, que são os jovens e as pessoas com mais
de 45 anos.
Mas apostar no turismo e na criação de emprego passa também, no caso de Sintra, segundo maior
município do País, pelo lançamento da feira popular, em Meleças,…
Risos do PCP.
… pelo aproveitamento da Base Aérea n.º 1 para voos low cost ou pela reabilitação do edificado antigo, se
necessário, coercivamente.
Para que o País avance, temos, agora, de aplicar de forma criteriosa os recursos que são escassos.
Precisamos, assim, de um Estado moderno, com imaginação e sonho, mas também com boa gestão e
contenção na utilização de recursos.
Os exemplos concretos da existência de um Estado com estruturas e com uma dimensão que não
podemos pagar — e que, em vez de potenciar o desenvolvimento do País, nos empurra para novos problemas
e nos atrasa — podem, infelizmente, multiplicar-se.
Srs. Deputados: Reformar o Estado e abrir as portas a uma reforma da sociedade portuguesa que a torne
mais justa e mais desenvolvida pode ser um caminho longo e que não tem fim, mas é este Portugal, sonhado
por Francisco Sá Carneiro, que a minha geração quer agora cumprir.
Também por isso, o PSD levanta hoje a bandeira reformista com reforçado vigor.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr.ª Presidente, permite-me o uso da palavra?
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para que efeito, Sr. Deputado?