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18 DE SETEMBRO DE 2013

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A Deputada Cecília Honório falava na direita vingativa. A Deputada Rita Rato escreve no projeto de

resolução que há um fogo cerrado sobre a escola pública. O Deputado Acácio Pinto falava da escola para

pobres. Bom, pelo menos aulas de retórica e de boa educação não eram desperdiçadas com a nossa

oposição, Sr.ª Presidente.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Em todo o caso, vale a pena referir que, infelizmente — e reconheço-

o sem qualquer tipo de problemas —, o arranque do ano letivo é uma altura em que o sistema educativo sofre

as alterações que sofre todos os anos, este ano, em particular. É preciso recordar que foram os concursos

quadrienais que, nos anos anteriores, colocaram muito mais professores no sistema do que habitualmente, e

esse movimento anual de professores ressente-se no sistema e, por isso, é natural que ocorram situações que

tenham de ser eliminadas, mas que também têm de ser perspetivadas dentro do global do sistema.

Ontem o PCP falava, e julgo que bem, em cerca de 1000 professores (isto ontem, porque hoje já serão

menos) que estavam por colocar, o que, no global do sistema, representa menos de 1% dos professores que

estão nas escolas do Estado em Portugal, sendo claro que cada aluno a que falte o professor é, naturalmente,

um problema de 100%. É por isso que o Governo tem continuado a trabalhar.

Mas quero recordar também que, em 2011, poucas semanas depois de ter tomado posse, o Governo teve

de organizar o arranque do ano letivo, o que fez sem problemas de maior.

O mesmo aconteceu no ano passado e o mesmo volta a acontecer este ano, havendo sempre, da parte de

quem tem na sua comunidade escolar um problema concreto, um protesto que percebemos completamente e

que julgamos que deve ser corrigido o mais rapidamente possível, o que está a acontecer por parte do

Governo neste momento.

Também é preciso dizer — tenho-o dito várias vezes aqui no Parlamento — que todos os estudos

demonstram que a peça-chave para a aprendizagem dos alunos é a qualidade dos professores.

Portanto, quem queira pôr na boca desta bancada ou desta maioria o desprezo pelo trabalho dos

professores pode fazê-lo, naturalmente, mas não está a corresponder ao que sempre temos dito e ao que

sempre percebemos. No entanto, também não é preciso fazer de conta que não existem outras condicionantes

no sistema de ensino, como a extraordinária redução, infelizmente, do número de alunos que, por exemplo,

entre 1998 e 2011, caiu 15% no sistema de ensino em Portugal. Ora, isso tem, naturalmente, consequências.

É preciso também dizer — e o Sr. Deputado Acácio Pinto há bocado falava de seriedade e de competência

— que quando, em 2010, o Partido Socialista anunciou o fim da crise, esta Câmara estava em condições

diferentes de avaliar a situação do País relativamente a hoje, num momento em que a crise não só voltou em

força, como exigiu ao País e também ao sistema de educação enormes esforços que estão hoje a ser

atacados.

É por isso que uma proposta como a do Partido Comunista Português de fazer entrar milhares de

professores que, a médio e a curto prazo, estariam com horário zero não é para nós uma proposta que

possamos considerar.

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Porquê?

O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Falar, por exemplo, do número de alunos por turma, fixando-o sempre

no número máximo, que nem sequer é o mais alto da OCDE, mas esquecendo o número médio de alunos por

turma, que em Portugal é, segundo os números da mesma OCDE, de 22 alunos, muito abaixo até dos

números de grandes potencias económicas como é o caso da Alemanha — acima, é certo, da Federação

Russa ou da Grécia (mas cada um com aqueles que quer) —, leva-nos também a olhar para os argumentos

com algum cuidado.

A Sr.ª Deputada Cecília Honório levantou a questão de haver turmas com 45 alunos, ignorando que todos

os exemplos que foram dados na comunicação social foram depois devidamente explicados pelas direções da

escola, por exemplo, com desdobramentos nas disciplinas que completavam esse número de alunos. Uma das

turmas que, segundo o que foi publicitado, teria 44 alunos, afinal, tinha 20 para um lado e pouco mais de 20

para outro, quando desdobrada a disciplina de Matemática.