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4 DE OUTUBRO DE 2013

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O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: A primeira coisa que gostaria de

registar nesta altura do debate, ainda por cima tendo acabado de ouvir a ultima intervenção, é que as

populações, os empresários e os trabalhadores constatam — e a vida vem confirmá-lo — que esta política,

estes partidos da política de direita e estes partidos da troica fazem cada vez mais parte do problema e não

parte da solução.

A Sr.ª Rita Rato (PCP). — Muito bem!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — E quando nos perguntam quais são as soluções que temos dizemos que a

primeira solução de que o País precisa é derrotar este Governo e esta política.

O Sr. António Filipe (PCP): — Muito bem!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — O grande problema está nas opções de classe com que o Governo e a maioria

estão a esmagar, no plano fiscal e não só, as micro, pequenas e médias empresas e o povo português e a

canalizar verbas de um volume cada vez maior para os grandes grupos económicos e para os tais

megabancos, que o Sr. Deputado Paulo Batista Santos tanto defende quando fala das dívidas!

Sr. Deputado, que credibilidade é esta que o senhor aqui vem invocar quando obriga os pequenos

agricultores da agricultura de subsistência a passarem faturas para venderem um ramo de salsa, quando os

outros Estados-membros da Europa não apresentam essa realidade?!

Que credibilidade é esta que o Sr. Deputado aqui vem invocar quando se corta nas pensões de reforma

dos aposentados e nos salários dos trabalhadores, se esmaga e asfixia a restauração e as micro, pequenas e

médias empresas do ponto de vista fiscal e, ao mesmo tempo, para os swaps e para as parcerias público-

privadas sai dinheiro a rodos, todos os anos, aos milhares de milhões de euros?! É este o problema, Sr.

Deputado! E a primeira solução é acabar com esta política!

Queremos sublinhar que há uma questão fulcral neste debate e que está a passar a grande distância do

pensamento e do discurso dos Srs. Deputados: é importante que haja moratória no pagamento ao Estado,

como os Srs. Governantes e Deputados têm falado e anunciado. É importante que haja financiamento,

oxigénio para o tecido económico do nosso País respirar, mas o que é decisivo é que exista mais poder de

compra, Srs. Deputados, para a população, para os consumidores, para o povo português!

A solução estrutural para a situação das empresas não está nos empréstimos e nas moratórias, está nas

vendas que elas realizam e as propostas que o PCP apresenta significam defender a economia, promover a

sua recuperação a dinamização! Só assim é que é possível equilibrar as contas, Srs. Deputados, porque os

senhores podem espremer as empresas com impostos até à morte, mas depois acaba-se a receita, porque

acabam-se as empresas! Este é que é o problema!

Quando falamos do IRC, há uma questão que não se pode ignorar, que é o pagamento especial por conta!

É um problema gravíssimo, é uma injustiça inqualificável, que continua a assombrar a vida das micro,

pequenas e médias empresa.

No que respeita à proposta de reposição da taxa de IRC de 12,5% para os primeiros 12 500 € de matéria

coletável, é interessante registar que agora todos dizem bem, sendo que o PS até apresenta a proposta em

sede de projeto legislativo. Ora, tenho comigo a proposta que o PCP apresentou nesse sentido faz agora dois

anos, para o Orçamento do Estado de 2012, e é interessante constatar que nessa altura ela teve os votos

contra do PSD, do CDS e do PS.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Claro! Qual é a dúvida?

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Portanto, verificamos que é interessante e até positivo que haja aqui uma

vinda ao encontro das nossas propostas, mesmo que com dois anos de atraso e com um mea culpa, após um

voto contra que agora se traduz na apresentação de uma proposta por parte do PS no mesmo sentido daquilo

que votou contra há dois anos atrás.