18 DE OUTUBRO DE 2013
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É ou não verdade, Sr. Secretário de Estado, que a Caixa Geral de Aposentações suporta o pagamento de
pensões a que não correspondeu qualquer contribuição para elas, de que é exemplo a dos funcionários da ex-
Administração Ultramarina?
É ou não verdade, Sr. Secretário de Estado, que, por força da conjugação de diversos fatores, a Caixa
Geral de Aposentações teve, no ano de 2012, um défice de 4,3 mil milhões de euros?
Protestos do PCP e de Os Verdes.
Finalmente, Sr. Secretário de Estado, é ou não verdade que, se nada fizermos para alterar este estado de
coisas, os injustiçados da nossa inação não serão aqueles a quem hoje estamos a impor uma redução de 10%
no valor da sua reforma, mas, antes, aqueles que não sabem se algum dia terão direito a uns míseros 10% de
reforma?
Aplausos do PSD.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — É falso!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Essa pergunta é capciosa!
A Sr.ª Presidente: — A próxima pergunta é do Bloco de Esquerda.
Sr.ª Deputada Mariana Aiveca, tem a palavra.
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Secretário de Estado, ao longo de 32 páginas de
Exposição de motivos, o senhor faz quase uma tese de mestrado sobre convergência de pensões.
Queria dizer-lhe, Sr. Secretário de Estado, que certamente é um trabalho importante para seu governo
quando precisar de fazer um estudo sobre as pensões do Banco de Portugal — e o senhor sabe exatamente
do que estou a falar! Este é o primeiro conselho.
Em segundo lugar, Sr. Secretário de Estado, queria perguntar-lhe quem é que falhou na descapitalização
da Caixa Geral de Aposentações.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Ora aí está!
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Foi o Governo ou foram os trabalhadores? Digo-lhe, Sr. Secretário de
Estado: quem falhou foi este Governo e todos os outros que, enquanto patrões, não cumpriram a sua
obrigação, não fizeram os descontos para a Caixa Geral de Aposentações.
Vozes do BE: — Muito bem!
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Os trabalhadores cumpriram com o que lhes era pedido, fizeram os seus
descontos a vida inteira e também depois de aposentados, foram-lhes geradas expetativas e, agora, o senhor
vem assacar as responsabilidades da descapitalização da Caixa Geral de Aposentações aos reformados e aos
pensionistas. Não é sério! Não há qualquer tipo de equidade!
Por isso, Sr. Secretário de Estado, peço-lhe que nos apresente as contas para sabermos, se o Governo
tivesse feito a sua parte, qual era o estado real da Caixa Geral de Aposentações, qual era o défice ou qual era
o superavit.
A essa pergunta o senhor não responde nas 32 páginas da Exposição de motivos da proposta de lei.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — A próxima pergunta é do PCP.
Sr. Deputado Jorge Machado, tem a palavra.