I SÉRIE — NÚMERO 14
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Sr. Ministro, nesta minha última intervenção não resisto à tentação de lhe deixar uma última reflexão,
esperando ouvir um comentário da sua parte.
Consideramos muito importante a coordenação política, a nível nacional, da defesa da floresta contra
incêndios. Temos vindo a defender — aliás, defendi-o em 2006, no relatório sobre fogos florestais — a criação
de uma comissão interministerial permanente que faça a coordenação da prevenção estrutural, da prevenção
operacional e do combate.
Sr. Ministro, este Governo, e bem, sempre que há um grande incêndio responde com a criação de uma
comissão interministerial para o pós-fogo. Nós entendemos que a comissão interministerial faz sentido durante
o ano inteiro. Gostava de ouvir um comentário da sua parte relativamente a esta proposta, Sr. Ministro.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro da Administração
Interna.
O Sr. Ministro da Administração Interna: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Miguel Freitas, o debate
político também é feito destas coisas, ou seja, estou de acordo consigo quanto ao último ponto que referiu. De
resto, está marcada uma reunião da comissão interministerial.
O Sr. Miguel Freitas (PS): — Finalmente, Sr. Ministro!
O Sr. Ministro da Administração Interna: — Mas deixe-me dizer-lhe, Sr. Deputado, que ao longo do
tempo, desde 2011 — quando entrámos em funções estávamos praticamente na fase Charlie, portanto, foi
logo a seguir —, tem havido reuniões de coordenação com o Ministério da Agricultura e do Mar. Portanto, não
nessa veste formal e institucional das comissões interministeriais, mas houve reuniões, e o Sr. Deputado sabe!
Concordo com aquilo que o Sr. Deputado disse. Aliás, está marcada, para dia 30 deste mês, salvo erro,
uma reunião da comissão interministerial. Portanto, Sr. Deputado, quero dizer-lhe que estou de acordo
consigo, acho que aquilo que sugere é importante, deve ser feito, e deve ser feito com regularidade. É
importante que nos reunamos não na época dos fogos mas, sim, agora, que estamos no rescaldo da última
época de fogos, para, com tempo, podermos fazer uma boa preparação do próximo ano.
Queria também dizer, Sr. Deputado, que esta reunião não desmerece a capacidade de reação, digamos
assim, que o Governo teve em relação aos principais incêndios no País. A capacidade demonstrada, não pelo
Ministro da Administração Interna mas, sim, por um conjunto de departamentos do Estado, para responder, no
terreno, às questões que se colocaram como consequência dos incêndios ocorridos, numa estreitíssima e
absolutamente indispensável colaboração com as câmaras municipais, devo dizer — absolutamente
indispensável —, só pôde beneficiar quem ficou mais prejudicado pelas consequências desses incêndios.
Portanto, não fizemos mais do que aquele que era o nosso dever, mas temos de reconhecer que a
resposta a esse nível tem sido considerada célere, eficaz e competente, tendo sido dada — julgo que o
devemos dizer também porque é importante que o façamos — em estreitíssima e indispensável colaboração
com as autarquias locais, como não podia deixar de ser.
Em relação à questão dos números dos comandos, Sr. Deputado, estamos a falar de coisas diferentes. Há
pouco, falei de números para referir que todos os CADIS nomeados eram, antes disso, comandantes distritais.
Foi disso que falei.
O Sr. Miguel Freitas (PS): — Esse é outro debate!
O Sr. Ministro da Administração Interna: — O Sr. Deputado vem agora falar-me de uma outra questão:
dos comandantes distritais. Claro que se aqueles deixaram de ser comandantes distritais tivemos de fazer
essa substituição! E foram cinco!
Mas o Sr. Deputado sabe que, em alguns desses casos, houve um particular cuidado na forma como se
operou essa mudança. Num dos casos até, num dos distritos problemáticos, teríamos sempre de fazer a
substituição, porque o CODIS que estava nesse distrito, tendo alcançado a idade da reforma, tinha optado por