I SÉRIE — NÚMERO 14
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conjunto, contribuiremos para que este aspeto essencial do Estado seja preservado naquilo que é
absolutamente essencial.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Ministro.
O Sr. Ministro da Administração Interna: — Sr.a Deputada, não quero falar mais sobre a matéria da
manifestação. Sobre essa matéria disse o que tinha a dizer no momento que considerei que era próprio. Mas
quero só dizer o seguinte: julgo que foi importante para o País que todos tenhamos sabido assumir as nossas
responsabilidades e que, com maturidade cívica e democrática, todos tenhamos feito aquilo que era preciso
fazer para garantir que os direitos de todos e, em primeiro lugar, que o direito à segurança dos cidadãos fosse
preservado.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, entramos agora numa segunda ronda de perguntas e respostas,
começando pelo PS, que já tem inscrito o Sr. Deputado Miguel Freitas, a quem dou a palavra.
O Sr. Miguel Freitas (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro, gostava de lhe dizer que, da nossa parte, não
há senão um debate sério. Consideramos é que o Sr. Ministro, sobre esta matéria, não pode isolar uma
variável na sua avaliação e, portanto, esperamos que a avaliação contenha também essa variável.
Temos tido sempre uma atitude correta relativamente a esta matéria e dissemos que este debate deveria
ser feito imediatamente a seguir ao fim da época de fogos. Essa é a razão pela qual, hoje, o estamos a
questionar, em primeiro lugar, sobre fogos florestais.
Entendemos bem porque é que o CDS e o PSD não querem discutir fogos florestais. Entendemos bem!
Porque, infelizmente, correu mal.
O Sr. António Braga (PS): — Claro!
O Sr. Miguel Freitas (PS): — E, como correu mal, o CDS e o PSD não querem fazer esta discussão.
O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Queremos, queremos!
O Sr. Miguel Freitas (PS): — Correu mal! Houve 135 000 ha ardidos e, lamentavelmente, nove vítimas
mortais. E é sobre esta questão das nove vítimas mortais, Sr. Ministro, que eu gostaria de lhe deixar algumas
questões.
Este ano, registaram-se nove vítimas em combate. Aquilo que diferencia este ano dos últimos anos é que
todas as vítimas morreram em combate e não em acidentes laterais. O Sr. Ministro tem alguma justificação
para esse facto?
Em segundo lugar, Sr. Ministro, foram abertos inquéritos a cada um dos acidentes mortais? Gostaria de
saber se foi aberto um inquérito por cada vítima e qual foi o tempo que mediou entre o acidente e a abertura
do inquérito.
É que a questão essencial que lhe quero deixar, Sr. Ministro, é no sentido de saber se entende que,
quando existem acidentes graves ou acidentes mortais, os chefes de equipa ou de grupo que estão à frente de
homens em combate devem ou não ser suspensos no momento da abertura do inquérito. Isto é, durante o
inquérito devem, ou não, estar suspensos?
E gostaria também de lhe perguntar se nos garante que, durante esta época de fogos, todos os chefes de
equipa e de grupo que estiveram envolvidos em situações em que houve graves acidentes e acidentes mortais
estiveram suspensos durante o período de inquérito.
Aplausos do PS.
Neste momento, assumiu a presidência a Vice-Presidente Teresa Caeiro.