I SÉRIE — NÚMERO 14
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Na criminalidade geral, apesar de tudo, os números são também muito bons por força do trabalho das
forças e serviços de segurança, como é evidente, e queria aqui sublinhar isto. No primeiro semestre, teve um
decréscimo de 8,9%, o que corresponde a menos 17 886 casos de criminalidade em Portugal.
Isto significa que não há problemas? Há problemas. O Sr. Deputado Telmo Correia anotou alguns, mas
existem sempre problemas. Nas sociedades em que vivemos, há sempres estes problemas.
Agora, temos um conjunto de alertas e esta monitorização, em tempo, da criminalidade permite-nos reagir
em relação a algumas realidades criminais ou criminógenas que estão, neste momento, a acontecer. E é,
sobretudo, para isto que serve este tipo de trabalho: para, em tempo, reagirmos aos fenómenos criminais que
estão a acontecer no País e podermos fazer ajustamentos no dispositivo para responder melhor a esses
fenómenos criminais.
Mas queria sublinhar que este resultado é possível pelo empenhamento, pela determinação, pela
capacidade das forças e serviços de segurança. São eles que têm o mérito deste resultado. E acho que o
País, todos nós nos podemos orgulhar de ser referenciados lá fora — isso é uma vantagem competitiva nossa,
é estratégico para o País, como tenho dito muitas vezes — como um País seguro, um destino seguro.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Ministro.
O Sr. Ministro da Administração Interna: — Sr. Deputado, no que respeita à renovação de efetivos,
apesar das dificuldades, todos os anos temos conseguido fazer com que entrem nas forças de segurança
novos elementos.
Dir-me-ão: «Esses novos elementos não compensam aqueles que saem». É verdade. Porém, não tivemos
nenhuma solução de descontinuidade nesta matéria.
Queria chamar a atenção do Sr. Deputado Telmo Correia para um facto que aconteceu este ano: pela
primeira vez em muitos anos, a título experimental, colocámos os novos agentes da Polícia de Segurança
Pública um pouco por todos os comandos distritais e não, como aconteceu até agora, os concentrámos em
Lisboa e no Porto, o que significava, evidentemente, um envelhecimento mais acelerado do dispositivo no
interior do País.
A experiência que tenho recolhido dos diversos comandos distritais e da Direção Nacional da PSP é que
esta inovação operada este ano está a dar bons resultados e que, porventura, este tipo de procedimento é
para continuar, porque ajuda a fazer um rejuvenescimento, do ponto de vista etário, nos comandos do interior,
o que também é importante para o interior do País.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — A próxima pergunta é do PSD.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Teresa Leal Coelho.
A Sr.ª Teresa Leal Coelho (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro da Administração Interna, é curioso que
o Deputado Miguel Freitas traga aqui a mesma questão que os restantes partidos de esquerda, tentando fazer
uma insinuação sobre uma consequência gravosa das alterações introduzidas nos comandos distritais pouco
antes da época dos incêndios.
Na verdade, Sr. Ministro, talvez o PS tenha esquecido, mas nós não nos esquecemos das perturbações
que foram introduzidas pelo anterior Governo nas estruturas da PSP e da GNR em razão das confusões
decorrentes do estatuto remuneratório.
Não podemos esquecer a situação em que o Sr. Ministro e este Governo herdaram essa realidade. E,
apesar disso, este Governo — o Sr. Ministro e esta equipa — conseguiu introduzir as alterações necessárias à
estabilização das forças de segurança, de tal forma que acabámos de ouvir o Sr. Ministro referenciar alguns
dos resultados anotados na sequência da reunião do Gabinete Coordenador de Segurança. Essa é, de facto,
uma consequência da estabilização que o Sr. Ministro introduziu nas forças de segurança. Gostava, pois, de
ouvir o Sr. Ministro fazer algumas referências sobre a situação que encontrou e a situação de estabilização em
que se encontram agora as forças de segurança.