25 DE OUTUBRO DE 2013
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Por outro lado, não posso deixar de retomar a questão que o Deputado Telmo Correia aqui trouxe, no que
diz respeito à manifestação convocada pela CGTP para a ponte sobre o tejo.
Ao contrário do que a CGTP nos tem habituado, ao contrário de um comportamento tradicionalmente
responsável nestas matérias pela CGTP, a convocação de uma manifestação para uma infraestrutura crítica
— e estou a formular uma pergunta, Sr. Ministro — poderá indiciar uma alteração de comportamento da CGTP
no que diz respeito a esta matéria de controlo de manifestações que possam ter consequências mais gravosas
para o Estado português.
As últimas manifestações convocadas para a ponte 25 de Abril com a natureza desta foram feitas
precisamente no período do PREC. E nós sabemos quais eram as intenções destes atores políticos no
período do PREC.
Por último, Sr. Ministro, peço-lhe que nos esclareça sobre as preocupações e os procedimentos que
utilizou na decisão política relativamente a esta manifestação convocada pela CGTP.
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Ministro da Administração Interna.
O Sr. Ministro da Administração Interna: — Sr.a Deputada Teresa Leal Coelho, quero agradecer as
questões que me colocou.
Se não levar a mal, começo por dar resposta a uma pergunta do Sr. Deputado Telmo Correia que ficou por
responder, e que tinha a ver com as questões que foram identificadas e que tiveram eco na comunicação
social sobre procedimentos diversos entre a Guarda Nacional Republicana e a Polícia Judiciária, dizendo ao
Sr. Deputado que esses problemas estão ultrapassados. Foi normalizado o procedimento entre as duas forças
naquilo que tinha a ver com a apresentação a tribunal dos detidos em flagrante delito por crime ou por suspeita
de crime de fogo posto e, portanto, esses problemas não têm já qualquer expressão. Está, pois, normalizado
esse procedimento.
Sr.a Deputada Teresa Leal Coelho, considero que nestas matérias das forças de segurança e em matéria
de segurança com toda a franqueza do mundo julgo que não é bom termos uma querela muito cavada —
permitam-me a expressão —, acentuada em torno destas questões.
Acho que é bom que matérias de forças de segurança sejam tratadas com responsabilidade, com
serenidade, com conhecimento de causa. É verdade que encontrámos um conjunto de situações difíceis, que
são do domínio público. A Sr.a Deputada sabe que, por exemplo, só em parte tinham sido abrangidos pela
nova tabela remuneratória os elementos das forças de segurança, situação que, no quadro da lei,
normalizámos. Havia, por exemplo, um suplemento de forças de segurança que estava previsto na lei ir até
20% de forma gradual e cuja aplicação estava atrasada e hoje estamos plenamente dentro da lei em relação a
essa situação.
É verdade que já há bastante tempo não havia, de forma generalizada, promoções nas forças de
segurança, que são muito necessárias do ponto de vista de incentivo dos seus elementos e também da
capacidade operacional das forças, uma vez que essas promoções são necessárias para o adequado
enquadramento da atividade operacional.
É verdade também que, na altura em que assumimos funções, havia pagamentos em dívida à Caixa Geral
de Aposentações. Por exemplo, na PSP, estava por liquidar, da liquidação do fundo de fardamento, 1,4
milhões de euros que regularizámos no fim de 2011.
Tudo isto é verdade, mas, Sr.a Deputada, acho que é do interesse do País que haja estabilidade,
previsibilidade nas forças de segurança. Evidentemente — e sublinho este ponto — que isto não é uma
questão importante para o Governo, sendo evidentemente importante para qualquer Governo e sobretudo para
o País: não me canso de repetir que é absolutamente estratégico que Portugal seja reconhecido como um
País seguro e como um destino seguro.
Isso é muito importante a todos os níveis: é importante para nós, cidadãos, que estamos neste País, mas é
também importante para a atividade económica, para o turismo, que é uma atividade económica da maior
relevância para Portugal. Portanto, Sr.a Deputada, tenho a certeza de que nesta matéria todos nós, em