I SÉRIE — NÚMERO 14
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Sr.ª Deputada, sublinho este ponto: nos tempos mais próximos, não há memória de um investimento desta
natureza, de uma vez só, em equipamento individual dos bombeiros. São concursos que estão a ser
promovidos pelas CIM (comunidades intermunicipais), como os senhores sabem, em função das necessidades
dos bombeiros, com certeza.
Mas, Sr.ª Deputada, o que o Ministro decide é quanto dinheiro vai para isso, não decide se é x para botas,
x para casacos, x para cintos… Não tenho de saber isso, Sr.ª Deputada! A única coisa que tenho de saber…
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Mas tem de saber!
O Sr. Ministro da Administração Interna: — Sr.ª Deputada, deixe-me dizer-lhe isto, que é importante: a
única coisa que tenho de saber, e que foi da minha responsabilidade… Quando ainda não havia ninguém na
comunicação social a pedir isso, em fevereiro tomei essa decisão e em março os concursos estavam em
marcha. Em fevereiro, Sr.ª Deputada! Não foi depois dos incêndios, foi antes, quando ninguém falava nisso!
Foi nessa altura que tomei a decisão e que mandei comprar, porque sei que esse é um problema.
Mas não me venha perguntar sobre botas, porque, tal como já lhe disse, Sr.ª Deputada, não sei. A minha
responsabilidade foi dizer: «Isto é uma necessidade, é importante fazer este investimento, está aqui este
dinheiro, faça-se através das CIM, com concursos públicos, evidentemente, segundo os critérios e as
especificações técnicas que são definidas pelos órgãos competentes», que é a Autoridade Nacional de
Proteção Civil. Julgo que também foram ouvidas as estruturas de bombeiros sobre essa matéria e que, de
resto, há um parecer do Conselho Nacional dos Bombeiros sobre as especificações técnicas. Sr.ª Deputada, é
só isto, mais nada!
Sobre a questão da EMA, já tive a oportunidade de explicar que esta empresa ainda não está extinta,
porque, como é público, o lote 1, que estava no concurso público internacional, ficou deserto, e nós temos de
resolver esse problema. Tem a ver com os meios próprios do Estado, sobretudo com os Kamov. Eu não podia,
evidentemente, extinguir a EMA no período que mediava entre o fim daquele concurso público internacional e
o período de fogos, porque isso significava afetar a capacidade operacional do combate aéreo aos fogos
florestais. A razão é essa. Julgo que todos entendemos, Sr.ª Deputada.
Em relação aos trabalhadores, já tive oportunidade de dizer que a adjudicação a um qualquer concorrente
desse lote tem intimamente ligada a questão de serem transferidas também as responsabilidades em relação
aos trabalhadores que estavam previstos, e isso manter-se-á, Sr.ª Deputada, no concurso público
internacional que vamos fazer, uma vez que o anterior ficou deserto. Esse critério manter-se-á, Sr.ª Deputada,
o Ministro não mudou de opinião sobre isso. Não mudou, não tem nada a alterar sobre o que disse à
Assembleia da República em relação a essa matéria.
Como o concurso público internacional ficou deserto, eu podia, nos termos da lei, fazer uma negociação
direta, mas não quero fazê-lo neste momento e nesta fase. Quero que tenha lugar outro concurso público
internacional e, embora haja ajustamentos que é preciso fazer — aprendemos —, o essencial das regras,
designadamente no que tem a ver com os trabalhadores, serão as mesmas que tínhamos no concurso público
internacional anterior. É isso que lhe posso dizer, Sr.ª Deputada.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro) — Sr. Ministro, a Mesa não recebeu qualquer indicação no sentido de o
Sr. Secretário de Estado intervir.
O Sr. Ministro da Administração Interna: — Sr.ª Presidente, peço desculpa, talvez não tenha ouvido, mas
no início da minha intervenção eu disse que a primeira pergunta que a Sr.ª Deputada colocou seria
respondida, se a Sr.ª Presidente consentisse, pelo Sr. Secretário de Estado.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro) — Mas como o Sr. Ministro já ultrapassou largamente o tempo de que o
Governo dispunha para responder, sugiro que o Sr. Secretário de Estado responda, como réplica, à nova
intervenção da Sr.ª Deputada Cecília Honório.
Tem a palavra, Sr.ª Deputada Cecília Honório.