25 DE OUTUBRO DE 2013
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O que eu disse à Sr.ª Deputada Cecília Honório é que não sabia quais eram as especificações técnicas,
dizendo-lhe «isso não me peça, Sr.ª Deputada!» Não sei quais são as especificações técnicas adequadas
para esse equipamento, mas quem é da proteção civil saberá, tendo sido eles, como deviam ter sido, que, do
ponto de vista dos concursos, aprovaram essas especificações. Foi isso que quis dizer.
Mas que esse equipamento é muito importante, é! E prova disso é que nós disponibilizámos um montante
elevado para a sua aquisição. Julgo que as primeiras peças começam agora a ser entregues, estando os
concursos a ser feitos, de forma descentralizada, pelas CIM, pelas entidades ligadas às autarquias locais. E
são feitos pelas CIM porque elas conhecem, pela proximidade, quais são as necessidades operacionais dos
bombeiros — a razão é essa —, sendo as especificações as que foram definidas em termos centrais.
Queria sublinhar esse ponto, Sr. Deputado Hugo Velosa, porque se trata de uma matéria importante. Mas
não terei de saber — e não sei, confesso — quais são as especificações técnicas adequadas para cada uma
das peças do equipamento individual de proteção dos bombeiros. No conjunto, o que quisemos fazer foi
reforçar as condições de proteção individual de cada um dos bombeiros, que, em nome da comunidade,
salvaguardam pessoas e bens nas situações verdadeiramente difíceis em que tiveram de fazer o combate aos
fogos florestais.
A propósito da pergunta mais concreta que me fez, sobre o procedimento eleitoral, Sr. Deputado, queria
dizer-lhe o seguinte: não escondo que há fragilidades e dificuldades na máquina eleitoral em Portugal, mas
não exatamente nos termos em que muitas vezes vimos tratando essa questão, quando dizemos que temos
eleitores a mais, eleitores fantasmas. É que muitos dos eleitores que estão registados nos cadernos eleitorais
estão-no por opção própria, independentemente de estarem ou não no País. Pelo facto de circunstancialmente
estarem fora, não querem mudar esse recenseamento, o que é um direito de cidadania deles, com o qual não
podemos interferir.
Temos um sistema, uma máquina eleitoral que é basicamente a mesma há 39 anos. Ela carece de
atualização? Carece, do ponto de vista legislativo, e carece de modernização, do ponto de vista tecnológico.
Não vale a pena, Srs. Deputados, termos a ilusão de que podemos fazer isto de um momento para o outro,
porque isto custa muito dinheiro, obriga a um conjunto de alterações que não se podem fazer de forma
instantânea e não pode degradar o grau de confiança na máquina eleitoral e de transparência do
procedimento eleitoral. Isto é absolutamente pacífico. Sr. Deputado, recordo que, justamente por isso, muitos
dos procedimentos destas eleições autárquicas foram trazidos, por nossa iniciativa, à Assembleia, mais
precisamente à Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, justamente porque
queríamos partilhar e ouvir os contributos importantes da Assembleia, e que já reconheci, em relação à forma
como isto deve ser feito.
Sr. Deputado, sublinho: é preciso modernizar? Sim. Isto significa investimento? Sim. Porém, deve ser
faseado com ponderação, garantindo aspetos essenciais para o sistema eleitoral: transparência, credibilidade
e confiança no sistema. Mas é necessário fazer essa modernização.
Srs. Deputados, VV. Ex.as
têm, nessa matéria — evidentemente, o Governo também —, têm uma parte
importante do poder que a Constituição outorga a esta Assembleia em termos de competências no domínio do
sistema eleitoral.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Vamos entrar na terceira ronda de perguntas.
Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Pita Ameixa.
O Sr. Luís Pita Ameixa (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro, em primeiro lugar, queria expressar a nossa
profunda preocupação pela forma como estão, neste momento, a reagir ao Governo as forças e os serviços de
segurança. Foi convocada uma manifestação junto à Assembleia da República dentro em breve por
contestação às medidas do Governo. Essa contestação é de dois tipos: por um lado, em relação aos ataques
aos direitos laborais e sociais que são feitos aos agentes das forças e serviços de segurança; por outro lado,
pela redução da capacidade de funcionamento e de atuação das forças e dos serviços de segurança que a
política do Governo tem vindo a prosseguir e que ameaça aprofundar ainda mais.