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I SÉRIE — NÚMERO 14

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Este assunto é realmente grave para a segurança do País. O Sr. Ministro já há pouco disse que somos um

País seguro, mas podemos estar à beira de deixar de o ser, se o Governo não cumprir minimamente a sua

missão.

Isto decorre apenas da política de austeridade do Governo, da famosa reforma do Estado que se analisa

apenas em cortes e mais cortes cegos nos serviços do Estado, como é também o caso das forças e dos

serviços de segurança.

Estes organismos do Estado são especiais, Sr. Ministro, não podem ser geridos apenas financeiramente. A

moral das forças e dos serviços de segurança, a moral dos seus agentes é muito importante para conseguir

levar a cabo os seus objetivos. E o Governo, que é meramente financista, esqueceu-se disto. Tínhamos, aliás,

alguma esperança no Sr. Ministro da Administração Interna porque estava dado como um Ministro com um

certo peso político, mas apresenta-se hoje aqui, na Assembleia da República, trazendo a proposta do

Orçamento do Estado, que, é verdade, iremos discutir um dia destes, que é altamente lesiva para os serviços

e forças de segurança e que mostra que as questões financeiras sobrepuseram-se às de orientação para o

bom financiamento das forças de segurança e defesa dos seus agentes.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — O Sr. Ministro da Administração Interna não dispõe de tempo para

responder, pelo que vamos prosseguir com as perguntas.

Tem a palavra o Sr. Deputado João Lobo.

O Sr. João Lobo (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro da Administração Interna, Sr.ª e Srs. Secretários

de Estado, Sr.as

Deputadas, Srs. Deputados, ouvindo o Sr. Deputado Abel Baptista perguntar ao Sr. Ministro

se sabia quantas ignições ocorreram no período do verão ou, então, desde janeiro até outubro que deram

origem a incêndios, lembrava-me eu, dado o seu número, do seguinte: que pode fazer o Sr. Ministro da

Administração Interna perante o arbítrio dos homens? E, todavia, tem de responder por eles!

Mas será que o Sr. Ministro controla as ignições?! É impossível! Será que o dispositivo, que tem 125

páginas, que tem não sei quantos acrónimos, que custa não sei quanto, que foi tecido entre 2004 e 2010, com

duas leis, não sei quantos decretos-leis, resolve este problema?!

Todavia, vimos aqui pedir responsabilidades ao Sr. Ministro! O Sr. Ministro responde por aquilo a que não

deu origem e esteve sempre presente, mesmo na tragédia, com toda a solidariedade humanitária!

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. João Lobo (PSD): — O Sr. Ministro fez aquilo que, perante a desgraça, lhe cumpria fazer. Sr.

Ministro, receba aqui de nós a honradez, a dignidade com que tem exercido as suas funções.

Aplausos do PSD e CDS-PP.

Todavia, Sr. Ministro, várias circunstâncias fizeram com que haja a ideia de que uma superestrutura resolve

o problema dos incêndios.

Neste caso, precisamos de uma maior prevenção, porque a superestrutura, o dispositivo não resolve.

Precisamos de saber quanto custa, precisamos de discutir estas matérias e precisamos, sobretudo, de arranjar

forma de que a realidade melhor seja administrada, em conjunto, por outros ministérios — estou a lembrar-me

dos eucaliptos e do incumprimento das normas que obrigam ao seu arrancamento — para que as ignições não

produzam os seus resultados.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. João Lobo (PSD): — Sr. Ministro, a pergunta que lhe deixo tem a ver com a necessidade de

compatibilizar políticas interministeriais com vista a que as condições materiais que propagam os incêndios

sejam eliminadas ou reduzidas.