I SÉRIE — NÚMERO 14
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de quem os subscreve e que os CTT são um mero recetor desse dinheiro, não são o dono. Portanto, o Estado
não pode rapar dinheiro nenhum dos CTT. Tenhamos muito cuidado com isso!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Deputado Paulo Campos disse também que as privatizações são todas feitas sem comissão de
acompanhamento. Nos 14 segundos de tempo de que ainda dispõe, desafio-o a dizer aqui qual foi a
privatização iniciada e concluída por este Governo, fosse adjudicada ou não, que não tenha tido uma
comissão de acompanhamento! Em 14 segundos, diga-me qual foi! Todas têm comissão de
acompanhamento!
Em terceiro lugar, o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares já não se encontra presente, mas dirijo-me à
Deputada Mariana Aiveca, a quem peço que lhe transmita este meu pensamento.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Esse seu pesar!
O Sr. Secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações: — O Sr. Deputado
Pedro Filipe Soares disse que somos fanáticos ideológicos. Se considera fanatismo ideológico cumprir os
nossos compromissos e recuperar a nossa credibilidade; se chama fanatismo ideológico consolidar as contas
públicas; se chama fanatismo ideológico, através desta venda, abater na dívida e no défice e reduzir o
sacrifício de todos os portugueses, então, sim, somos, com muito orgulho, fanáticos ideológicos!
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma nova intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo
Campos.
O Sr. Paulo Campos (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Secretário de Estado, até hoje, para este processo de
privatização dos CTT, como o Sr. Secretário de Estado sabe, não foi nomeada comissão de
acompanhamento, e é sobre esta operação que estamos a discutir. E a questão que se coloca é a de saber
porque é que agora se deixa de nomear a comissão de acompanhamento para acompanhar os processos de
privatização. Essa é que foi a pergunta que fiz e à qual o senhor não respondeu, como também não respondeu
a nenhuma das perguntas que coloquei.
Porque é que agora mudou de opinião e quer que haja outros a financiarem o serviço universal, quando os
CTT eram apenas públicos e o senhor recusou que esses outros financiassem o serviço universal? O senhor
está nessa cadeira a servir o interesse público mas a servir os interesses de quem está neste momento a fazer
os negócios!
Protestos do PSD e do CDS-PP.
Essa é que é a verdade, Sr. Secretário de Estado!
Protestos do PSD e do CDS-PP, tendo alguns Deputados do PSD batido com as mãos nos tampos das
bancadas.
Se não fosse para servir esses interesses, Sr. Secretário de Estado, tinha feito uma adjudicação, ou estaria
a fazer um concurso público para a privatização dos CTT, estaria a fazer um concurso público com uma
comissão de acompanhamento, não estaria a fazer uma negociação particular, não estaria a fazer um ajuste
direito, não estaria a fazer um processo sem nomear a comissão de acompanhamento! Essa é que é a
questão que está em causa.
O Sr. Secretário de Estado, assumindo-se aqui como o responsável por esta operação de privatização,
tomou todas as opções para não assegurar a transparência: não tomou a decisão de optar por um concurso
público, não tomou a decisão de nomear uma comissão de acompanhamento, não tomou a decisão, quando a