26 DE OUTUBRO DE 2013
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Portanto, trata-se de um parecer claramente positivo em relação a uma alteração que surge nesta proposta
de alteração.
Pergunto à Sr. ª Ministra qual é a importância que atribui a esta alteração e a este parecer da CMVM, que é
da maior relevância.
As questões colocadas já foram devidamente esclarecidas pela Sr.ª Ministra, na sua intervenção inicial,
pelo que esta proposta de alteração orçamental quase não merece discussão e dúvidas, até porque é muito é
simples, não tem grande complexidade. No entanto, refiro ainda o parecer da UTAO (Unidade Técnica de
Apoio Orçamental), que fez algumas referências, incorporando nesta proposta de alteração uma série de
considerandos e de previsões recentes do cenário macroeconómico, que estão já incorporados no Orçamento
do Estado para 2014.
A este propósito, a UTAO refere, e cito: «Com a segunda proposta de alteração ao Orçamento do Estado
para 2013, o saldo orçamental em contabilidade pública, previsto para 2013, representa uma ligeira melhoria
de 144 milhões de euros face à primeira alteração do Orçamento do Estado para 2013». Trata-se de uma
referência claramente positiva desta alteração relativamente à primeira alteração orçamental.
Nestas circunstâncias, considerando esta referência específica no relatório, pergunto à Sr.ª Ministra qual a
importância desta alteração orçamental para o cumprimento do objetivo do défice de 5,5% em 2013 e, para
que fique muito claro, para que não haja mais dúvidas, pergunto também se, com as alterações previstas,
poderemos garantir que o objetivo para o défice orçamental de 5,5%, acordado no âmbito das 8.ª e 9.ª
avaliações, se mantém. Esta é a pergunta fundamental que surge com esta proposta de alteração. Ou seja,
mantém-se o objetivo do Governo de 5,5% do défice para 2013?
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Sá.
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra, há um ano, aquando da apresentação do
Orçamento do Estado para 2013, o Governo estabeleceu uma meta de 4,5% para o défice e usou essa meta
para justificar um brutal pacote de austeridade dirigido contra o povo. Este valor do défice não foi atingido, nem
sequer a nova meta de 5,5% acordada com a troica a meio do ano.
Na realidade, Sr.ª Ministra, o défice de 2013 será igual ao défice de 2012, mas o grande capital arrecadou
aquilo que foi roubado aos trabalhadores, aos reformados, aos pensionistas, às famílias, às micro e pequenas
empresas.
Sr.ª Ministra, depois de um brutal pacote de austeridade dirigido contra o povo português, o que o Governo
tem para mostrar é um défice, em 2013, igual ao défice de 2012.
Sr.ª Ministra, os portugueses exigem uma explicação e o reconhecimento de que a política da troica não
serve os interesses do País nem dos portugueses.
Aplausos do PCP.
O Sr. João Serpa Oliva (CDS-PP): — Esqueceu-se de pedir eleições!
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares para pedir
esclarecimentos.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra, em primeiro lugar, deixo duas notas
relativas a procedimentos.
Uma, relativa a uma inexistência. Há pouco mais de um mês, o Sr. Secretário de Estado do Orçamento,
que está ao seu braço esquerdo neste debate, dizia, na Assembleia da República: «Segundo Orçamento
retificativo, nem pensar. Esse não haverá. Garanto aqui que o Governo não tem isso ‘na manga’». Ora, não só
tinha isso na manga como jogou essa cartada aquando da apresentação do Orçamento do Estado para 2014.