22 DE NOVEMBRO DE 2013
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contratuais precários — falsos recibos verdes e contratos a termo, entre outros. Tal situação é inaceitável, com
a agravante de ser o próprio Estado a dar o exemplo!
O PCP propõe a reposição da legalidade por via da conversão destes vínculos contratuais sob o princípio
de que a um posto de trabalho permanente para o cumprimento de necessidades permanentes corresponda
um vínculo efetivo, contrariamente à prática de sucessivos governos PS, PSD e CDS-PP.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Srs. Deputados, passamos ao artigo 55.º-B, relativamente ao qual há
uma proposta do PCP sobre a manutenção dos profissionais no Serviço Nacional de Saúde.
Não havendo inscrições, passamos ao artigo 56.º — Recrutamento de trabalhadores nas instituições de
ensino superior públicas, relativamente ao qual a Mesa tem duas inscrições.
Em primeiro lugar, tem a palavra a Sr.ª Deputada Nilza de Sena.
A Sr.ª Nilza de Sena (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados: Os
Deputados da maioria, na sequência de uma reunião que tiveram com o Conselho de Reitores das
Universidades Portuguesas propuseram uma alteração ao artigo 56.º, permitindo em 2014 a manutenção da
massa salarial das instituições de ensino superior, apesar da grande contenção e também da redução
orçamental em todo o sector público. Sem elas, provavelmente, as universidades ficariam impedidas de
contratar, tendo uma redução de 3% da massa salarial. Muitas destas universidades, nomeadamente as de
medicina, que dependem em 50% de corpos docentes convidados, ficariam impedidas de manter os cursos
abertos.
O Governo associou-se de imediato a esta proposta, com a audição pública aqui realizada. E fomos todos
muito sensíveis a esta solicitação. Fomos sensíveis, fomos realistas e estivemos sempre abertos ao diálogo.
Foi a partir dele que se produziram resultados.
Não posso deixar de reafirmar que todos os sectores de atividade devem ser chamados ao exercício de
rigor, consolidação orçamental e cumprimento das metas. O primeiro passo deve ser o do diálogo, não o da
rutura. Esse é o exemplo que tem sido profícuo e que produz resultados, como hoje aqui se comprova.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Elza Pais.
A Sr.ª Elza Pais (PS): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados: O corte no
ensino superior para 2014 é absolutamente insustentável, de tal maneira que já levou a uma rutura do
Conselho de Reitores com o próprio Governo.
Independentemente disso, que só por si é muito grave, há impactos injustificáveis de 40 milhões de euros
que não advêm diretamente da redução da massa salarial.
Por isso, o Partido Socialista propõe que se reponham essas verbas, dado o erro de avaliação, na linha dos
48 milhões de euros — 30 milhões de euros para as universidades e 10 milhões de euros para os politécnicos.
Relativamente ao artigo 56.º, consideramos que se deve manter a regra de 2013 e fizemos uma proposta
nesse sentido. Ainda bem que a maioria recua em relação à meta que tinham proposto sobre contratações que
não aumentem a massa salarial para lá de 97% do valor do ano anterior.
Portanto, felicitamos a maioria por se associar a esta nossa proposta, mas acrescentamos à mesma um n.º
9, para que não contem para esse efeito as progressões nas carreiras para os docentes que concluam
doutoramento, de modo a que se evitem reduções insustentáveis dos tais 3% e que se permita que o regime
transitório não penalize as instituições de ensino superior.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Srs. Deputados, não havendo mais pedidos de palavra relativamente
a este artigo, passamos aos artigos 56.º-A, sobre atualização das bolsas atribuídas pela Fundação para a