I SÉRIE — NÚMERO 18
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Portanto, no sentido de assegurar o respeito pela autonomia do poder local, mas também o respeito pela
nossa Constituição, Os Verdes apresentam propostas relativas ao artigo 61.º como o fazem também em
relação aos artigos 62.º, 63.º e 64.º da proposta de lei.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Paula Santos.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Numa clara
violação da autonomia do poder local democrático, este Governo volta a propor a redução de trabalhadores,
mantém em sucessivos orçamentos esta redução, que já levou entre dezembro de 2011 e junho de 2013, à
redução de 5749 trabalhadores na administração pública.
Esta proposta visa três objetivos: atacar o emprego público; limitar a capacidade de intervenção das
autarquias e o serviço público que presta; e empurrar as autarquias para entregar serviços ao privado.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Em respeito pela autonomia das autarquias na definição do seu quadro de
pessoal e da sua estrutura organizacional, propomos a eliminação das normas que restringem a contratação
de trabalhadores e que conduzem ao despedimento.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra o Sr. Secretário de Estado da Administração Local.
O Sr. Secretário de Estado da Administração Local (António Leitão Amaro): — Sr. Presidente, Sr.as
e
Srs. Deputados: Os artigos 61.º e 62.º do Orçamento do Estado têm, naturalmente, o objetivo de cumprir uma
obrigação internacional do Estado português.
Mas mais: uma obrigação que também cumpre ao Estado e ao Parlamento de propugnar pela
sustentabilidade dos vários setores da administração portuguesa.
Repare-se que a sustentabilidade também nesta vertente é condição de autonomia, pois só com
sustentabilidade temos uma verdadeira autonomia do poder local.
Mas o que é importante destacar é que este Governo, ao contrário do Governo anterior do Partido
Socialista, que tratava tudo por igual, com o apoio de uma solução muito inteligente trazida pelos grupos
parlamentares da maioria, conseguiu encontrar uma solução diferenciadora, tratar diferente o que é diferente,
e, por isso, aos autarcas que têm cumprido, e bem, com esforço a sua função é dado um tratamento diferente
e, por isso, aplicadas regas diferentes que premeiam o mérito de muito trabalho no ajustamento já feito em
Portugal.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Eurídice Pereira.
A Sr.ª Eurídice Pereira (PS): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados: Parece
que a maioria entendeu que, pelo terceiro ano consecutivo, não podia reduzir o número de trabalhadores nas
autarquias locais de forma cega — aliás, esta coisa da «regra dos quatro» parece ser uma forte tendência
desta maioria.
E dizemos «parece» porque não é certo que a alteração que agora vêm introduzir, isto é, que os critérios
que apresentam de exceção venham responder à necessária justiça para essa área e que garantam uma real
diferenciação positiva.
Há, por isso, fortes reservas à alteração que é apresentada ao documento inicial por parte do Governo.
Aplausos do PS.