22 DE NOVEMBRO DE 2013
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O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Para agravar
a exploração, impor o retrocesso, agravar as injustiças e despedir milhares de trabalhadores na Administração
Pública, o Governo PSD e CDS-PP aumenta o horário de trabalho na Administração Pública. Com a imposição
de mais cinco horas de trabalho gratuito, o Governo não resolve nenhum problema da Administração Pública.
Apenas agrava a exploração, dificulta a conciliação da vida profissional com a vida pessoal e familiar.
O PCP entende que o caminho não pode ser o do retrocesso. Não podemos atrasar, impedir e tentar
retroceder no caminho do progresso, pelo que a mais justa distribuição da riqueza, também pela imposição de
uma menor jornada de trabalho, impõe-se na nossa sociedade.
A proposta que o PCP hoje apresenta é a da recuperação das 35 horas de trabalho na Administração
Pública, que terá um efeito positivo na distribuição da riqueza, mas também na própria produtividade dentro da
Administração Pública.
A história da luta dos trabalhadores provou que é possível concretizar importantes conquistas na redução
da jornada de trabalho. O PCP acredita que esta redução é não só justa como necessária.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Srs. Deputados, não havendo mais inscrições para o artigo 46.º-A,
sobre tempo de trabalho, passamos ao artigo 47.º, que diz respeito ao sector público empresarial, concluindo-
se assim a Secção I.
Não havendo inscrições para este artigo, segue-se a Secção II, com a epígrafe: «Outras disposições
aplicáveis a trabalhadores em funções públicas» e o artigo 48.º — Controlo de recrutamento de trabalhadores,
relativamente ao qual está inscrito o Sr. Deputado David Costa, que, creio, faz a sua primeira intervenção
neste Plenário.
Receba as saudações da Mesa, Sr. Deputado.
O Sr. David Costa (PCP): — Agradeço, Sr. Presidente.
Sr.as
e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: O grande objetivo assumido por este Governo
PSD/CDS-PP de liquidação e reconfiguração do Estado é bem percetível neste Orçamento do Estado para
2014.
Apoiado na já gasta e estafada tese de «menos Estado melhor Estado», este Governo demonstra bem a
sua natureza: para os grandes interesses, há reformas para manter e aumentar os benefícios; para os
trabalhadores, em particular os trabalhadores do sector público, aplica doses atrás de doses de violência
social.
Este é um Orçamento que promove novamente despedimentos em massa, atingindo todos os serviços
públicos, autarquias e empresas públicas. Um Orçamento que impede a contratação e a renovação de
vínculos, que retira direitos à força e liquida a negociação sindical.
O caminho tem de ser outro.
O PCP afirma a necessidade de um Estado que defina e concretize políticas de desenvolvimento e
crescimento económico, que seja um motor na negociação coletiva com os sindicatos, que garanta postos de
trabalho com a segurança e a dignidade que o bom funcionamento dos serviços públicos e os seus
trabalhadores merecem.
O PCP exige o cumprimento da Constituição da República Portuguesa e o respeito pelos direitos dos
trabalhadores que ela consagra.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Srs. Deputados, não havendo mais inscrições para o artigo 48.º —
Controlo de recrutamento de trabalhadores, passamos ao artigo 49.º — Prioridade no recrutamento.
Não havendo inscrições para este artigo, segue-se o artigo 49.º-A, que é uma proposta do PCP e diz
respeito ao recrutamento e colocação de psicólogos e profissionais da área das ciências e da educação dos
estabelecimentos públicos de ensino, relativamente à qual está inscrita a Sr.ª Deputada Paula Baptista.