I SÉRIE — NÚMERO 27
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E o silêncio do Sr. Ministro sobre estes dados é o exemplo mais acabado do sectarismo e do fanatismo
deste Governo contra políticas que estavam, de facto, a dar resultados.
E sobre o erro da persistência em políticas erradas, a opção exclusiva, e na base da profissão de fé do
Governo, na austeridade reforçada e duplicada, é o exemplo acabado.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Analisar os dados económicos conhecidos ontem sem os
enquadrar na realidade das pessoas, das empresas, do País, sem os enquadrar nas ameaças sérias que o PS
fundamenta nesta intervenção, pode servir à maioria e ao Governo para tentarem iludir a realidade e para
persistirem nos erros.
Não servirá ao País, não servirá aos portugueses e às portuguesas para garantir que os esforços e
sacrifícios feitos nos afastam do empobrecimento profundo e prolongado no tempo: a ameaça mais séria que
todos temos o dever de combater.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Inscreveram-se, para pedir esclarecimentos, os Srs. Deputados Adão Silva, do PSD,
Cecília Honório, do Bloco de Esquerda, João Pinho de Almeida, do CDS-PP, e Rita Rato, do PCP.
A Mesa tem indicação de que a Sr.ª Deputada Sónia Fertuzinhos responderá aos pedidos de
esclarecimento dois a dois.
Tem a palavra o Sr. Deputado Adão Silva.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Sónia Fertuzinhos, realmente, a intervenção
que V. Ex.ª acaba de fazer é a de um Deputado do Partido Socialista desesperado.
Vozes do PSD: — Muito bem!
Protestos do PS.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Desesperado porque, em boa verdade, a Sr.ª Deputada andou a tentar catar
tudo o que era negativo, produzindo uma intervenção marcada por aquilo a que um ex-secretário-geral do seu
partido classificava como «tremendista». «Tremendista» é o rótulo que melhor se ajusta à intervenção que V.
Ex.ª acaba de fazer.
Veja bem: então, está tudo mal neste País?! Então, está tudo mal no Relatório de Inverno do Banco de
Portugal?!
A Sr.ª Deputada podia, pelo menos, ter desenvolvido um pouco mais aquela sua frase em que começou por
referir as «ligeiríssimas melhorias no último trimestre». São ligeiríssimas, mas não são importantes? Desde
logo, temos a criação de 22 000 postos de trabalho para 2014 e uma economia a dar a volta e a crescer. Veja
bem, Sr.ª Deputada, sem a economia a crescer e sem o emprego a crescer, não temos políticas sociais que se
aguentem!
Valia a pena V. Ex.ª dizer que, com o crescimento anunciado da economia e do emprego, o que se
perspetiva, o que se vislumbra nos próximos tempos é que vamos ter mais capacidade de fazer políticas
sociais para combater, nomeadamente, a pobreza, a exclusão social e a desigualdade da distribuição do
rendimento neste País.
V. Ex.ª não o disse! Lamentavelmente, enveredou por um clima «tremendista», um clima que despreza
tudo o que foi feito pelos portugueses nos últimos tempos e pelo Governo, que obviamente tem sabido lidar
bem com o processo.
O tempo de que disponho esgota-se, mas penso que devo ainda dizer-lhe que, neste momento, à medida
que se aproxima o fim da permanência da troica, os senhores estão metidos numa espécie de labirinto das
vossas próprias contradições.
Vozes do PSD: — Muito bem!