11 DE DEZEMBRO DE 2013
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O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Não é verdade!
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Não vou ler o relatório porque, como é óbvio, os Srs. Deputados
também o leram e conhecem bem o que estou a dizer.
O Sr. Deputado referiu o que nos deve unir. Há muita coisa que nos devia unir, não só de agora, Sr.
Deputado. Pelo menos desde 2011 que muita coisa nos devia ter unido, o que, provavelmente, teria evitado
que chegássemos à situação a que chegámos hoje. Portanto, Sr. Deputado, coragem é cada um de nós
assumir as suas responsabilidades desde essa altura e não só agora.
Sr. Deputado, como é que pode falar no que nos deve unir quando o Sr. Deputado apoia um Governo que
decide, unilateralmente, sem qualquer justificação técnica, à margem dos parceiros sociais, o aumento da
idade da reforma?! Não há união possível, Sr. Deputado!
Aplausos do PS.
Portugal já é dos países onde as pessoas se reformam mais tarde!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Não é verdade!
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — É verdade, sim. O relatório da OCDE di-lo, Sr. Deputado!
Sr. Deputado, tem-se passado uma coisa horrível neste Parlamento nos últimos tempos: não conseguimos
sequer entender-nos sobre os factos. É que não lhe estou a dar uma interpretação!
Protestos do CDS-PP.
Sr.ª Presidente, assim é complicado falar. Tenho de gritar e gostava não ter de gritar.
A Sr.ª Presidente: — Trata-se de um caso em que as reações acabaram de acontecer. Temos estado a
ouvir a Sr.ª Deputada.
Faça favor de continuar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Sr. Deputado, o que estou a referir, relativamente às pensões e à idade
em que as pessoas saem do mercado de trabalho em Portugal, não sou eu que o digo, é o que consta do
relatório da OCDE Pensions at a Glance, Sr. Deputado. Está lá, «preto no branco»! Nem precisa de ler o
relatório todo, basta ler o relatório executivo.
Sr. Deputado, volto a dizer que um Governo e uma maioria que querem procurar unir não governam desta
maneira, Sr. Deputado!
Os dados da evolução económica que deviam fazer refletir a maioria eram os das suas opções, que se têm
revelado erradas. Não há nada nestes factos, na evolução recente e nas previsões que o Banco de Portugal
faz, que ratifique a opção da maioria pela austeridade reforçada. Nada!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Qual opção? Não há nenhuma opção!
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — É uma opção, sim, Sr. Deputado, porque os senhores duplicaram a
austeridade relativamente ao que estava previsto no Memorando inicial. Quando os Srs. Deputados nem
sequer são capazes de reconhecer isto, de facto não há diálogo possível, quanto mais qualquer entendimento
sobre qualquer medida que nos possa unir a todos.
Sobre os dados do PISA, registo a sua intervenção, que contrasta claramente com tudo o que a maioria e,
em particular, o Governo têm dito, ou com o que não têm dito, como é mais o caso.
Sr. ª Deputada Rita Rato, a nossa intervenção de hoje teve como único objetivo alertar e contribuir para
discutirmos como podemos evitar chegar a um determinado ponto em que possamos falar em retoma em
condições muitíssimo piores às que tínhamos antes do início da crise.