11 DE DEZEMBRO DE 2013
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Felizmente para o País, não se confirmou a perspetiva negativa que o Partido Socialista apresentava aqui
há um ano.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Só porque as pessoas emigraram!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Ó Sr. Deputado, terá o seu tempo de falar! Estou a falar com
a Sr.ª Deputada Sónia Fertuzinhos, se me permitir.
Portanto, para o País, isto é muito positivo. Ainda bem que o Partido Socialista há um ano não tinha razão
e ainda bem que o que o Partido Socialista diz agora tem mais relação com a realidade do que aquilo que dizia
há um ano.
Mas é evidente que as pessoas lá fora ainda estão muito longe de sentir os efeitos positivos destes
indicadores económicos.
Portanto, podemos ter duas atitudes perante isto. Ou somos capazes de perceber que, apesar de haver
indicadores económicos que são positivos, isso tem um efeito na realidade, que é um efeito diferido —
sempre, não é especificamente neste caso —, e portanto temos uma atitude pedagógica de explicar às
pessoas que o País está a enfrentar uma situação dificílima, mas que está a começar a dar volta, que ainda
tem dificuldades e que, por isso, o que nos deve unir é conseguirmos ultrapassar essas dificuldades, como a
Sr.ª Deputada disse, e muito bem, porque temos ainda riscos na execução do próximo ano. Ou então, que tal
se nos uníssemos para enfrentar esses riscos, em vez de estarmos a tentar explorar esses riscos para
obtermos vantagem eleitoral? Não acha, Sr.ª Deputada, que era mais responsável da parte do Partido
Socialista fazê-lo? Ou acha que é mais responsável da parte do Partido Socialista estar sempre à procura da
vírgula, estar sempre à procura do risco, estar sempre à procura da dúvida, para aumentar a dúvida, para
aumentar o risco e valorizar a dívida e assim pôr os portugueses numa situação de maior dificuldade?
Essa é a grande questão. Os portugueses, neste momento, esperam que as diferentes forças políticas
sejam capazes de lhes dar esperança. Sabem que esta maioria assumiu, com responsabilidade, percorrer o
caminho mais difícil de todos: o de sair da situação em que os senhores o deixaram, conseguir cumprir o
Plano de Assistência e sair deste condicionamento externo.
Sabem também que o Partido Socialista explorou tanto quanto pôde as dificuldades por que os
portugueses passaram, explorou tanto quanto pôde a incerteza que permanecia sobre o nosso País e que
agora explora tanto quando pode cada dúvida sobre o caminho de recuperação que estamos a fazer. No final
de tudo, as pessoas julgarão quem teve coragem e assumiu as medidas difíceis e quem saiu e esteve de fora
sempre a criticar e a explorar as dificuldades — dificuldades que nós não negamos, Sr.ª Deputada!
A Sr.ª Deputada perguntou o que é que dizíamos aos portugueses que tiveram de emigrar. É evidente que
quem tem a responsabilidade de governar tem de ter uma palavra para isso.
Estes pequenos sinais de recuperação económica são essenciais para se retomar o investimento, para que
se recuperem postos de trabalho, para que consigamos dar a volta do ponto de vista económico e para que
essas pessoas voltem a ter uma oportunidade no nosso País. Esse tem de ser o nosso objetivo.
Essas pessoas sabem que o Partido Socialista está sempre na «curva», está sempre à espera de que
essas oportunidades não surjam para dizer: «Viram, nós tínhamos razão. Afinal, tão cedo, os senhores não
voltam a Portugal porque tão cedo não têm oportunidade». É triste que uma força política com a
responsabilidade do Partido Socialista esteja mais empenhada em explorar as dificuldades do País do que em
contribuir para as suas soluções.
Portanto, Sr. ª Deputada, das duas uma: ou é como eu acabei de dizer ou não é, e se não é tenha a
coragem de o dizer. Nós não temos problema algum, não há silêncio nenhum da maioria. Os resultados do
PISA (Programme for International Student Assessment) são muito positivos. O investimento que foi feito na
educação é muito positivo, a melhoria das qualificações em Portugal é muito positiva.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado, queira terminar.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Vou terminar, Sr.ª Presidente.
Sr. ª Deputada, seja capaz de reconhecer um erro do Partido Socialista e uma virtude nesta maioria. Se
assim o fizer, terá a credibilidade que de outra forma não conseguirá ter.