I SÉRIE — NÚMERO 28
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O Sr. João Paulo Viegas (CDS-PP): — Sabem, Srs. Deputados, é precisamente o contrário daquilo que
afirmam: Estado mínimo para os trabalhadores e para o povo era ludibriar as pessoas e dizer-lhes que lhes
podemos oferecer tudo.
O tempo em que se criavam fundações de telecomunicações, em que se investia em qualquer coisa,
acabou. Esbanjou-se o dinheiro e agora é preciso ser criterioso.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Isso não é para nós!
O Sr. João Paulo Viegas (CDS-PP): — Estado mínimo para os trabalhadores e para o povo era dizer-lhes
que lhes oferecíamos tudo, mas ao mesmo tempo pôr em causa futuras governações do País,…
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. João Paulo Viegas (CDS-PP): — … que, tal como este Governo, permaneceriam limitadas.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Isso não é para aqui!
O Sr. João Paulo Viegas (CDS-PP): — Sabe, Sr. Deputado Bruno Dias, eu reconheço que há muitas
matérias nas quais é importante ser do contra, mas se hoje quer ter uma discussão séria e quer ser
intelectualmente justo, diga-nos, por favor: é possível manter empresas públicas que dão consecutivamente
prejuízo? E tenha em atenção que não estamos só a falar de empresas essenciais para garantir qualidade de
vida aos portugueses. É por isso mesmo que o que se está a fazer é precisamente o contrário.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. João Paulo Viegas (CDS-PP): — Está a dar-se Estado mínimo ao esbanjamento, estamos a tentar
encontrar um Estado equilibrado para que, no futuro, e com outras condições financeiras, se possa escolher
investimento social.
Protestos do PCP.
O que se pretende fazer, hoje estamos limitados. E é por isso que não temos todas as opções ao nosso
alcance.
Srs. Deputados, num momento como o que vivemos exige-se uma atitude responsável. É para isso que
trabalhamos todos os dias.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Essa responsabilidade é do Governo!
O Sr. João Oliveira (PCP): — O que dá prejuízo ao País é o Governo!
O Sr. João Paulo Viegas (CDS-PP): — Este diploma vai precisamente no encalce da possibilidade de
futuros governos poderem optar entre finanças ou investimento social.
Infelizmente, hoje, se não respondermos às finanças, estaremos a colaborar com um futuro que não nos
permitirá ter capacidade de fazer escolhas sociais.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís
Ferreira.