I SÉRIE — NÚMERO 31
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responderá exatamente nos mesmos termos, porque a Mesa não interfere com o conteúdo dos pedidos de
esclarecimento ou das intervenções nem dos Srs. Deputados nem dos Srs. Membros do Governo.
Aplausos do PS e do PCP.
Mas eu pedia só que não prolongássemos este incidente.
Entretanto, pediram a palavra a Sr.a Deputada Luísa Salgueiro e o Sr. Deputado João Oliveira, presumo
que para interpelarem a Mesa, mas peço-lhes que sejam breves.
A Sr.ª Luísa Salgueiro (PS): — Interpelo a Mesa, Sr. Presidente, para dizer que eu não dirigi nenhuma
pergunta ao Governo. Eu correspondi ao desafio do Sr. Ministro Adjunto e deixei aqui problemas para reflexão
sobre funções sociais do Estado.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem agora a palavra o Sr. Deputado João Oliveira.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr. Presidente, muito rapidamente, apenas para dizer que, obviamente, cada
grupo parlamentar decide a forma como intervém. Se o Governo não consegue responder às questões que lhe
são colocadas, pode sempre encontrar uma justificação para isso, dizendo que não foram feitas perguntas.
Mas, Sr. Presidente, neste caso concreto — a bancada do PCP, obviamente, não fala pelas outras
bancadas —, a intervenção da Sr.a Deputada Luísa Salgueiro só não foi formulada como pergunta porque,
apesar do consentimento das restantes bancadas, o PSD não o permitiu.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, segue-se no uso da
palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Miguel Santos.
O Sr. Miguel Santos (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados: Ouvimos
duas intervenções referentes à área da saúde e eu gostava de focar dois aspetos que foram referidos quer
pela Sr.a Deputada Carla Cruz, do PCP, quer pela Sr.
a Deputada Luísa Salgueiro, do PS.
Um primeiro aspeto diz respeito à prescrição de medicamentos inovadores, matéria que tem vindo
continuamente a público, referindo-se sempre casos específicos que acontecem um pouco pelo País, mas
depois, quando se procura perceber o que é que aconteceu efetivamente e porque é que esses medicamentos
não foram dispensados chegamos à conclusão de que a realidade está bem longe desses relatos que vão
aparecendo.
E se podemos ter dúvidas sobre esses relatos em face da realidade que observamos, temos os dados
financeiros concretos que referem o investimento que o Governo tem feito nos medicamentos inovadores.
Em 2011, tivemos um investimento de 55,9 milhões de euros; em 2012, de 74 milhões de euros; e vamos
acabar 2013 com um investimento de 115 milhões de euros, que representa um acréscimo de mais 35%
relativamente a 2012.
O investimento nos medicamentos inovadores não é aquele investimento que, porventura, parte da
indústria gostaria que acontecesse, é o investimento que a prescrição clínica, devidamente fundamentada,
refere como necessária para as pessoas que dele necessitam.
Há um segundo aspeto, que foi referido pela Sr.ª Deputada Carla Cruz, que não posso deixar passar em
claro. Sei que a Sr.ª Deputada tem uma conceção de Estado e da sociedade completamente diferente da
nossa — aliás, não é diferente, é oposta, é completamente oposta! Sei que, para a Sr.ª Deputada, por
princípio, tudo deve ser do Estado e que a iniciativa privada lhe causa um grande arrepio. Mas, convenhamos,
haver preconceito, haver complexo ideológico ao ponto de a Sr.ª Deputada atacar instituições centenárias no
nosso País onde milhares de portugueses prestam serviço de voluntariado, onde milhares de portugueses
emprestam horas da sua vida familiar e horas do seu trabalho exercendo voluntariado a favor do próximo,