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I SÉRIE — NÚMERO 33

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O Sr. Carlos Santos Silva (PSD): — É a lei que o obriga!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — É o banco que determina quais são as possibilidades a que as famílias

têm acesso.

Ora, o que vemos é que, de facto, as famílias sem possibilidades ficaram sem acesso a este regime

extraordinário.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — O resultado de 11 meses em vigor desta lei é 110 casos resolvidos,

num universo de 124 500 famílias que precisavam de uma esperança, de uma solução para um problema

fundamental que é o acesso à habitação.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo

Sá.

O Sr. Paulo Sá (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, queria saudá-

lo pelo tema que trouxe hoje, um tema de grande importância e que tivemos ontem oportunidade de discutir

com a Comissão de Avaliação do Regime Extraordinário.

Gostaria de fazer um resumo do que se passou e da situação criada pela maioria há uns meses.

Em maio de 2012, foram apresentadas, na Assembleia da República, 19 iniciativas legislativas por parte de

todos os partidos, que visavam resolver este grave problema do crédito à habitação. Um problema que existia

na altura e que não despareceu; pelo contrário, foi-se agravando em resultado das políticas levadas a cabo

pelo Governo.

Todos os partidos tinham propostas distintas, maneiras distintas de abordar o problema. No entanto, havia

a possibilidade de se estabelecer um consenso que permitisse fazer uma abordagem e uma resolução sérias

deste grave problema do crédito à habitação.

Contudo, logo a seguir, a banca falou e manifestou o seu desagrado perante as propostas apresentadas

pelos diversos grupos parlamentares, em particular pela maioria.

A banca falou — dissemo-lo na altura e repito-o hoje — e a maioria amoxou!

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!

O Sr. Paulo Sá (PCP): — A maioria recuou e apresentou um texto de substituição das suas propostas

iniciais que esvaziava completamente o âmbito desta lei. Os critérios de aplicação, as exigências

apresentadas para poder aceder a este regime eram tão restritivos que o acesso ficaria reduzido a um número

perfeitamente residual de famílias.

Sr. Deputado, lembro-lhe que, na altura, dissemos (e vou citar): «O que vai hoje sair daqui, depois do recuo

em toda a linha do PSD e do CDS, é algo que se aplicará apenas a um reduzidíssimo número de famílias, é

algo totalmente incapaz de lidar com o gravíssimo problema do crédito à habitação.»

O Sr. João Oliveira (PCP): — Bem lembrado!

O Sr. Carlos Santos Silva (PSD): — Mas votou a favor!

O Sr. Paulo Sá (PCP): — «As expetativas dos portugueses saem, assim, frustradas, simplesmente porque

a maioria parlamentar está mais preocupada em servir a banca do que em resolver os problemas do País.»

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Como é que votou?!