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9 DE JANEIRO DE 2014

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Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Inscreveram-se, para pedir esclarecimentos, três Srs. Deputados.

Tem a palavra, em primeiro lugar, o Sr. Deputado Rui Paulo Figueiredo.

O Sr. Rui Paulo Figueiredo (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Deputado Arménio Santos, devo

dizer que, ao ouvi-lo, estava a apreciar positivamente a diferença de tom entre a declaração política que o

PSD aqui trouxe hoje e a declaração política do CDS-Partido Popular, mas, depois, o Sr. Deputado, não sei se

por dever de ofício, não resistiu à cartilha populista habitual com que o PSD nos costuma brindar.

A verdade é que — e resolvemos já este assunto — eu não acredito que o Sr. Deputado, com a sua

experiência e reconhecida capacidade parlamentar, ande distraído. Portanto, é mesmo só uma cartilha

populista, tipo cassete do antigamente, que os senhores gostavam de dizer que outros partidos utilizavam.

O Partido Socialista — e vou dizer-lhe novamente, apesar de não ter grandes esperanças de que o senhor

não persista no equívoco —, repetidas vezes, neste Parlamento e fora dele, já saudou todos os sinais

positivos que indiciam uma tímida recuperação de alguma atividade económica e uma ténue descida da taxa

de desemprego,…

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — E isso é bom!

O Sr. Rui Paulo Figueiredo (PS): — … sim, isso é bom, e também saudamos positivamente a descida da

taxa de juros, porque isso também é bom.

Portanto, seria bom que os senhores abandonassem essa cartilha, que não corresponde à realidade.

O Sr. Deputado referiu há pouco a questão do défice e eu vou só referir-lhe o que o senhor também sabe: o

défice contratualizado pela Irlanda é de 4,7%.

Porém, é também preciso ir ao outro lado da realidade, e é isso que temos dito. Tal como reconhecemos

esses dados positivos, é preciso debater este assunto com seriedade e eu acho que o Sr. Deputado também

nos acompanha nessa seriedade.

De facto, as exportações estão a crescer — e isso é positivo —, mas temos uma excessiva dependência de

tudo o que tem a ver com Sines. Por isso é que o Partido Socialista solicitou, hoje, na Comissão de Economia

e Obras Públicas — e foi aprovado por unanimidade —, um conjunto de audições com membros do Governo e

variadíssimas entidades para convergirmos ao nível de tudo o que temos de fazer para as exportações

continuarem a aumentar e até articular esse assunto com os fundos comunitários.

Também é verdade que, apesar da descida do desemprego, que é positiva, mas tímida, os números

continuam altos, bem como os números do desemprego jovem, sendo também verdade que na criação de

riqueza recuámos ao nível de há 12 anos e que nos números do emprego também recuámos ao nível de há

duas décadas. Temos 1,1 milhões de portugueses que estão fora do mercado de trabalho, porque, como o Sr.

Deputado também sabe, os números relativos aos inativos deixaram de constar nas estatísticas, bem como —

e isso também é verdade e o Sr. Deputado bem o sabe — os números da emigração.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Rui Paulo Figueiredo (PS): — Portanto, vamos discutir este assunto com seriedade — é este o

desafio que lhe faço — e, de uma vez por todas, abandonem essa cassete populista e demagógica a que têm

socorrido e à qual, mais uma vez, o Sr. Deputado não resistiu a recorrer.

A verdade é que a crise continua, a verdade é que os Orçamentos que os senhores fazem continuam a ser

fora da lei,…

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Fora da lei?!

O Sr. Rui Paulo Figueiredo (PS): — … a violar a Constituição e a ter efeitos de austeridade.