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9 DE JANEIRO DE 2014

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O Sr. Paulo Sá (PCP): — Hoje, um ano e meio depois, sabemos quantificar o impacto reduzidíssimo desta

lei.

O Sr. Carlos Santos Silva (PSD): — Que os senhores votaram a favor!

O Sr. Paulo Sá (PCP): — Como referiu o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, com esta lei, foram resolvidos

118 casos, num universo de 124 500 agregados familiares em situação de incumprimento. Isto representa

0,95% ou, dito de outra forma, 95 casos em cada 100 000 foram abrangidos por esta lei.

Diz o Sr. Deputado Carlos Santos Silva que este regime é para as famílias mais necessitadas. Sr.

Deputado, abrangeu apenas 95 famílias em cada 100 000. Este é o resultado da vossa lei!

Na altura, como o PSD e o CDS enjeitaram as suas próprias propostas, nós adotámo-las, apresentámo-las

para serem votadas e assistimos ao espetáculo que foi o PSD e o CDS votarem contra as propostas que

tinham apresentado inicialmente apenas porque a banca manifestou o seu desagrado com o que tinham

apresentado.

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — É verdade!

O Sr. Paulo Sá (PCP): — A banca falou e os senhores recuaram. E o resultado está à vista: um ano e meio

depois, a lei praticamente não teve qualquer impacto.

Por isso — já anunciámos em dezembro e reafirmamos agora —, é necessário alterar esta lei, alterar os

seus critérios de aplicação de forma a que ela possa abranger todas aquelas famílias em dificuldades que não

têm possibilidade de pagar o crédito à habitação e que estão em risco de perder a sua casa, pelo que iremos

apresentar, muito brevemente, uma iniciativa para aumentar os critérios de aplicação, alargando o universo de

famílias que terão acesso a este regime.

O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — Cá estaremos!

O Sr. Paulo Sá (PCP): — Só desta maneira é que será possível resolver o gravíssimo problema do crédito

à habitação que os senhores, tendo oportunidade de resolver há um ano e meio, não resolveram,

simplesmente porque a banca manifestou o seu desagrado e os senhores recuaram perante as pressões da

banca,…

O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — Não é verdade!

O Sr. Paulo Sá (PCP): — … o que não nos surpreende porque é isso que os senhores fazem sempre!

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados, Sr. Deputado Paulo Sá,

agradeço as considerações que fez e devo dizer, como é visível, que acompanhamos muitas das vossas

preocupações e que a narrativa histórica (utilizando essa palavra que agora está na moda) é realmente

factual.

Há uma maioria que cedeu ao interesse da banca no último minuto de um processo que foi longo, que,

creio, foi rico e que demonstrou a necessidade de ter uma lei que defendesse as famílias. Ora, a maioria

cedeu não à necessidade de as famílias terem o melhor regime de crédito para resolverem os seus problemas,

não para defender o direito à habituação, mas, sim, para defender os interesses da banca.

Entenda-se que o está em cima da mesa é uma lei que tem um conjunto enorme de possibilidades, que

cria limitações ao seu acesso e que coloca nas mãos da banca a determinação das possibilidades de acesso

por parte das famílias.