9 DE JANEIRO DE 2014
43
Sr. Deputado, há partidos da oposição dos quais eu não espero um determinado tipo de comportamento,
pois, segundo a sua cartilha, o seu programa, hão de andar sempre a pedir o poder na rua, mas em relação ao
Partido Socialista deixo a seguinte questão: não seria tempo de o Partido Socialista, de forma séria,
reconhecer estes sinais, reconhecer que retomámos o rumo do crescimento sólido, sustentável e progressivo
e de, finalmente, fazer aquilo que nós andamos insistentemente a pedir e a apelar, isto é, que se junte aos
partidos da maioria para fazermos um pacto de regime, um programa estável à volta de temas que são
essenciais e estruturantes para programar um crescimento continuado e sustentável do País, não para uma
legislatura, mas para as legislaturas vindouras, independentemente de ser o partido a ou o partido b que esteja
no Governo?
Primeiro que tudo tem de estar Portugal e os portugueses.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Arménio Santos.
O Sr. Arménio Santos (PSD): — Sr. Presidente, cumprimento os três Srs. Deputados que tiveram a
gentileza de me colocar questões, começando por responder ao Sr. Deputado Rui Paulo Figueiredo.
O PS já reconheceu, segundo o Sr. Deputado, os sinais positivos que se estão a sentir em termos
económicos e sociais.
Sr. Deputado, quero confessar que bem gostaria que o Partido Socialista fosse consequente com a sua
questão ou com o seu incómodo perante a intervenção que nós fizemos aqui. Isto porque os dados podem não
ser aqueles que nós desejaríamos que fossem. Nós gostaríamos que, por exemplo, o crescimento económico
fosse mais sólido, fosse mais robusto, que as famílias tivessem menos dificuldades, que os índices de
desemprego fossem significativamente mais baixos, que os nossos jovens tivessem mais esperança para
encontrarem um futuro com segurança no nosso País. Gostaríamos, também, que a sociedade portuguesa
estivesse mais determinada quanto à recuperação da nossa economia e do desenvolvimento, do progresso e
da justiça social de Portugal.
No entanto, o Sr. Deputado sabe muito bem quais foram os constrangimentos que foram impostos…
O Sr. José Junqueiro (PS): — Pelos senhores!
O Sr. Arménio Santos (PSD): — … a quem hoje está no Governo. O Sr. Deputado sabe muitíssimo bem
que o atual Governo não tem autonomia para definir um programa que possa realizar de acordo com as suas
opções próprias. O nosso Governo não é o Governo desta maioria, é o Governo do todo português, de
Portugal.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Arménio Santos (PSD): — O Governo português está condicionado por um instrumento que VV.
Ex.as
negociaram, que VV. Ex.as
celebraram, que VV. Ex.as
assinaram…
O Sr. João Oliveira (PCP): — E VV. Ex.as
igualmente!
O Sr. Arménio Santos (PSD): — … e, fosse qual fosse o governo, deste ou de outro círculo político,
naturalmente teria de honrar os compromissos que foram celebrados por VV. Ex.as
. Portanto, as soluções que
o Governo tem estado a adotar, os resultados que têm sido conseguidos, do nosso ponto de vista têm
implicado muitos sacrifícios, é verdade, mas estão agora a sentir-se os primeiros sinais positivos.
Está agora a sentir-se que os sacrifícios têm valido a pena e que há razões para termos esperança, que há
razões para podermos acreditar que o flagelo do desemprego vai ser atacado, porque o flagelo do
desemprego não é atacado com palavras, com discursos e com retórica,…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Enfie a carapuça!
O Sr. Arménio Santos (PSD): — … o flagelo do desemprego é atacado com o crescimento da economia.