24 DE JANEIRO DE 2014
29
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma declaração política, tem, agora, a palavra o Sr. Deputado
Abel Baptista.
O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: O ano de 2013 foi excelente para
a agricultura portuguesa, para os agricultores e para a economia nacional.
Deixo aqui, em primeiro lugar, o reconhecimento a todos os agricultores portugueses pela coragem, pelo
empenho e pela determinação que tiveram na sua atividade. Graças ao trabalho dos agricultores, o País está
a produzir mais, o rendimento dos agricultores está a aumentar e a balança comercial do setor agrícola está a
melhorar.
O rendimento da atividade agrícola, em 2013, deverá tem um crescimento de 4,5%, de acordo com dados
do Instituto Nacional de Estatística. O peso do valor acrescentado bruto agrícola na economia, pelo segundo
ano consecutivo, volta a reforçar a sua importância relativa.
Da parte dos poderes públicos também há que realçar um bom desempenho, desde logo a execução do
Programa de Desenvolvimento Regional (PRODER), cujos pagamentos ao setor, em média, foram de mais de
60 milhões de euros/mês. Atingiu-se uma taxa de execução de 77%, superior em 2% ao objetivo inicial
definido para 2013, que era de 75%.
Pelo segundo ano, o Governo executa na totalidade a despesa pública do PRODER, no valor de 731
milhões de euros. Em 2013, foram aprovados mais de 34 000 projetos, num montante de investimento superior
a 7,1 milhões de euros, criando mais de 38 0000 empregos.
O Programa de Rede Rural Nacional atingiu um grau de execução de 85%. Foi antecipado o pagamento,
pelo segundo ano executivo, do apoio às zonas desfavorecidas.
Também no Regime de Pagamento Único (RPU), o Governo esteve bem: pela primeira vez, a legislação
esteve pronta antes de campanha. A campanha iniciou-se mais cedo, neste caso no dia 1 de fevereiro; foram
eliminados os atrasos que existiam nos pagamentos aos agricultores controlados; 31% do parcelário foi
revisto, para assim se garantir que Portugal não será mais penalizado pela Comissão Europeia.
Mas também no programa Vitis (Regime de Apoio à Reconversão e Reestruturação das Vinhas no
Continente), o Governo esteve bem, tendo atingido o grau de execução de 100%.
Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Em matéria de seguros, foi proposto um novo sistema de seguros
de colheitas e procedeu-se ao pagamento de dívidas — 7 milhões do Orçamento do Estado, mais 17 milhões
de abate à dívida —, o que permitiu baixar a dívida aos seguros para 50 milhões de euros.
De acordo com os dados do INE referentes a 2012 (os últimos dados disponíveis), em Portugal a
importação de produtos agrícolas e agroalimentares teve um decréscimo de 133 milhões de euros, ou seja,
menos 1,8% face ao ano de 2011, e as exportações tiveram um crescimento de 8,5%, em relação a 2011, num
total de 4216 milhões de euros. O saldo da balança comercial dos produtos agrícolas registou, assim, uma
melhoria de 459 milhões de euros e, pela primeira vez, ficou abaixo de uma diferença de 3000 milhões de
euros, o que é de saudar.
Todos os indicadores disponíveis apontam para um ano de 2013 ainda melhor.
As exportações do setor agroalimentar registaram um crescimento superior à média nacional, em 2012, de
6,6%, e prevê-se, para 2013, que seja de 7,3%. As exportações para países terceiros registaram um aumento
de 12,1% até novembro de 2013, face a um período homólogo.
O ano de 2013 é também importante para o setor agrícola pela forma com foi negociada a política agrícola
comum (PAC) 2014-2020: Portugal conseguiu um maior equilíbrio na convergência interna dos apoios aos
agricultores; é introduzido um mecanismo-travão às perdas de 30%, ao nível de cada agricultor; é garantido
que todos os agricultores recebem um pagamento mínimo indicativo de pelo menos 60% da média nacional
por hectare; há incentivos aos investimentos das organizações de produtores nos casos de aumento de escala
e fusões; e é criado um sistema de seguros de colheitas com financiamento comunitário — note-se que, neste
caso, é uma novidade nos apoios comunitários.
Uma outra questão importante na negociação foi a obtenção do apoio ao regadio, que é fundamental para
Portugal. Fazer agricultura em Portugal só com regadio é mais uma vitória da negociação.