O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 42

10

Protestos do Deputado do PSD Duarte Filipe Marques.

Não, Sr. Deputado. A praxe, em si, é um código de sanções. Quem entra de novo é sancionado. Há um

conjunto de atividades que são, elas próprias, encimadas pelas ideias de hierarquia e submissão, pelos

valores da hierarquia e da submissão.

Protestos do PSD.

Ora, os valores da hierarquia e da submissão não são valores democráticos. Repito: esses valores não são

democráticos. Portanto, é um ritual inspirado em valores que são retrógrados, valores que são anteriores à

democracia política e cultural que o País vive.

O resto pode ser muita brincadeira, muitas coisas que população que as observa na via pública deplora.

Não nos venham dizer que este tipo de cultura das praxes é integradora. Não é integradora! Tem deixado

muitas sequelas em muitos estudantes, em muitas alunas e alunos, que depois pedem apoio psicológico e de

vária ordem. Isso é uma integração adequada? Isso é uma integração cidadã? Isso é uma integração que

valoriza a personalidade dos novos estudantes, daqueles que acabam de chegar ao ensino superior?!

Srs. Deputados do PSD, no projeto de resolução que hoje entreguei, não ignorei o ensino privado. Repito,

não ignorei. Também considerei o ensino privado. O diploma prevê orientações necessárias para o ensino

privado porque, infelizmente, a estupidez não tem o exclusivo de ser pública, também existe nas instituições

privadas.

Protestos do PSD.

Agora, o que lhe digo é que a escola pública tem responsabilidades especiais, exatamente por ser pública,

exatamente por ser tutelada por uma autoridade política.

Protestos do PSD.

Como tal, a ela competem responsabilidades superiores nessa matéria. E mais do que isso: acerca disso,

quer queira quer não, tem um poder que é o poder de regulação, na prática, no terreno, na vida, no fermento

das instituições universitárias e politécnicas.

Sr.as

e Srs. Deputados, estamos numa altura em que podemos condicionar aspetos de uma cultura que é

negativa, uma cultura que dá uma péssima imagem e que se traduz numa péssima prática nas instituições do

ensino superior.

Podemos criar um novo convite aos jovens que demandam as nossas universidades e os nossos institutos

politécnicos. Podemos criar uma cultura que não seja dependente nem tributária do marialvismo mas do 25 de

Abril e dos valores constitucionais.

O Sr. Luís Menezes (PSD): — Olhe-se ao espelho!

O Sr. Luís Fazenda (BE): — É isso que podemos fazer e é isso que as bancadas da direita não querem

ouvir, porque, culturalmente, partilham esses valores reacionários!

Protestos do PSD.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Muito obrigada, Sr. Deputado Luís Fazenda.

Conclui-se aqui a primeira declaração política do dia, do Bloco de Esquerda.

Passamos à segunda declaração política, do PSD, que será proferida pelo Sr. Deputado Carlos Peixoto, a

quem dou a palavra.