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30 DE JANEIRO DE 2014

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O Sr. Deputado do Bloco de Esquerda pediu bons exemplos. Sr. Deputado, felizmente, há milhares de

bons exemplos de atividades organizadas por estudantes ou por instituições, normalmente por estudantes,

que são muito úteis para a integração dos estudantes, do Algarve ao norte do País. Há boas iniciativas, que

não devem ser misturadas com aquilo que é o abuso, a humilhação, a chacota, a violência ou até crime. Isso

não é praxe, nem é sério que, para se fazer um debate sereno, se olhe apenas para uma parte do problema.

Portanto, isso não é praxe, isso não é legal, isso não é correto e contra isso estamos todos juntos!

Como também não é correto, e muito menos leal, descontextualizar as palavras do Sr. Secretário de

Estado da Juventude, que condenou a praxe violenta, que não é praxe, não é legal, não é correto e pode ter

consequências negativas para as pessoas.

É por isso que não podemos confundir tudo, só porque nos dá jeito politicamente. É importante referir que,

para que este debate seja feito com serenidade, não se pode enfiar a cabeça na areia e esquecer que há um

problema.

É por essa razão que vemos com bons olhos que o Governo tenha chamado para uma reunião as

instituições e as associações académicas, porque são esses atores, dentro das instituições, que podem fazer

alguma coisa de imediato para colocar bom senso nas atividades de integração dos estudantes.

São muitos os bons exemplos de autorregulação que acontecem em algumas instituições, sobretudo nas

mais antigas, com mais tradição. Eu sei, Sr. Deputado, que o Bloco de Esquerda não vê o ensino privado

como uma realidade, mas, infelizmente, também há praxes estúpidas ou parvas no ensino privado, como no

ensino politécnico e no ensino universitário. É com isso que concordamos que se deve acabar. Não podemos

é ser mais radicais no debate do que os radicais da praxe estúpida! É isso que não podemos fazer.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — Portanto, este deve ser um debate com bom senso. É preciso

reduzir os casos graves que têm acontecido, porque, para nós, a praxe não é humilhação, não é chacota, não

é nada disso! Isso não é praxe, isso é, como dizia o Sr. Deputado do PS, estupidez e é parvoíce.

Queremos algo que integre os alunos, que lhes permita conhecer os colegas, que lhes permita conhecer os

veteranos e os mais velhos, que são fundamentais, muitas vezes, no seu percurso universitário, porque lhes

podem passar a sua experiência e com eles podem colaborar.

É por isso que não podemos confundir as duas coisas e devemos, sobretudo, com serenidade, fazer este

debate, ouvir os parceiros, ouvir os participantes e quem sabe, no futuro, tomar algumas medidas.

A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — Para já, o caminho é de serenidade, serenidade essa que, de

facto, tem faltado em algumas situações.

Aplausos do PSD.

A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Fazenda.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Duarte Filipe Marques, serenidade foi o que

faltou ao PSD em 2011 e 2012, na altura em que reprovou as iniciativas do Bloco de Esquerda sobre as

praxes e que eram bastante prosaicas. Nessa altura, faltou serenidade para votar a favor ou para, pelo menos,

considerar uma iniciativa.

Hoje, o PSD até se aproxima de vários pontos dessas iniciativas, mas na altura a serenidade foi não fazer

nada; a serenidade da direita, até agora, tem sido a de, realmente, não fazer coisa alguma. Portanto, agora,

que houve um conjunto de circunstâncias e que há uma comoção na opinião pública, é preciso realmente fazer

alguma coisa, de tal sorte que não mude muito mas que aparente, pelo menos, que se fez ou tentou fazer

alguma coisa.

A questão é esta: o Sr. Deputado não foi capaz de apontar um exemplo de uma praxe que seja inteligente.

Um exemplo!