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14 DE FEVEREIRO DE 2014

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Para o efeito, tem a palavra o Sr. Deputado Raúl de Almeida.

O Sr. Raúl de Almeida (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Cecília Honório, muito francamente,

cruzamo-nos na respetiva comissão onde são debatidas e discutidas estas matérias, sou testemunha de que a

Sr.ª Deputada lá está, pelo menos, sentada; contudo, pela sua intervenção, pareceu-me que a Sr.ª Deputada

parou algures no tempo em que o Bloco de Esquerda ainda tinha apoio popular, votos, e ficou presa à

privatização da RTP, que já não existe, não está em cima da mesa e de que ninguém fala.

A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Não me ouviu dizer nada disso!

O Sr. Raúl de Almeida (CDS-PP): — A Sr.ª Deputada ouviu, como eu ouvi, como todos os Deputados que

tiveram na Comissão ouviram e quem quis ver no Canal Parlamento viu, que a produção nacional e o

documentário estão em alta. A RTP está a contratar cada vez mais, em percentagens que vão superando e

que estão permanentemente nos dois dígitos em termos de crescimento de contratação externa, e a Sr.ª

Deputada diz «zero»?!

A Sr.ª Deputada falou sobre o Mundial de Futebol. Ontem, precisamente, o Sr. Presidente do Conselho de

Administração explicou que era uma opção que liga a RTP aos portugueses e que foi feito um estudo em que

se apurou que a esmagadora maioria dos portugueses queria ver o Mundial de Futebol na RTP. Não vou

recordar aqui, por uma questão de cortesia, qual foi a resposta que a Sr.ª Deputada deu na altura e o que

entendi como sendo a sua interpretação de democracia.

Mas, Sr.ª Deputada, temos de falar sobre a RTP e a Lusa, dois ativos nacionais. Ou falamos com

seriedade, ou falamos com crédito para o futuro, ou falamos de uma Lusa e de uma RTP que os portugueses

possam sustentar com os seus impostos e com a sua contribuição, ou, então, condenamos… — não ouvi da

sua parte, por uma vez, uma ideia nem sobre a RTP nem sobre a Lusa. Só ouvi críticas, críticas, críticas e

falar de dinheiro, mais dinheiro, mais dinheiro!

Seria interessante até que se contratasse alguém — seria um escrutínio interessante de se fazer — para

analisar as propostas permanentemente despesistas que são feitas por determinadas bancadas e que, ao fim

de um ano, se fizesse um apanhado do custo dessas propostas. Gastaríamos num ano, seguramente, mais do

que aquilo que Portugal poderá gastar em 20, 30, 40 ou 50 anos. É porque se atira sempre dinheiro para cima

dos problemas e a RTP e a Lusa não são problemas, pois têm profissionais qualificados e uma imagem que

vale muito. O que nos interessa é que se revitalizem e recuperem junto do seu público e que os portugueses

as sintam como sua.

Sr.ª Deputada, sobre a RTP Internacional e o ativo estratégico que constitui para o País como forma de

promoção de Portugal no exterior, no mundo, junto da diáspora, junto de toda a comunidade mundial, nem

uma palavra!

Finalmente, Sr.ª Deputada, digo-lhe o seguinte: a RTP tem um rumo, a Lusa tem um rumo, embora com

dificuldades mas com uma gestão competente, para além de ter profissionais de primeiríssima água a

comporem os seus quadros. É verdade que atravessam dificuldades, como atravessam todos os portugueses

neste momento de crise nacional. No entanto, há um rumo, não há a privatização de que a Sr.ª Deputada

insiste em falar de um tempo que já passou. Não há a negação de tudo o que existe, existe mesmo.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Raúl de Almeida (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, concluo e agradeço, desde já, a benevolência.

Ou há o compromisso de todos para que, juntos com o povo português, a RTP e a Lusa, identificadas com

esse povo e com os sacrifícios que fazem, sejam sustentáveis, perdurarem no futuro e prestigiarem-se ou

continuamos nesta discussão destrutiva que a nada nos levará.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — A Mesa faz, mais uma vez, apelo para que sejam respeitados os

tempos regimentais.