1 DE MARÇO DE 2014
23
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — … e o direito à saúde é um direito fundamental.
A Sr.ª Deputada do CDS-PP diz-nos, aqui, que a prioridade de intervenção do Governo são os cuidados
primários de saúde. Ora, quando nós fazemos uma proposta clara e objetiva de reforço dessa resposta, a Sr.ª
Deputada afirma que ela não é possível?! Isso é contraditório e demagógico!
Aquilo que os portugueses, os utentes do Serviço Nacional de Saúde, hoje, desejariam era que os partidos
da maioria, em vez de estarem com esta retórica, a concretizassem, em voto, viabilizando as propostas de
reforço…
O Sr. David Costa (PCP): — Muito bem!
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — … do Serviço Nacional de Saúde, de resposta às urgências. É isso que os
portugueses desejam e é isso que é necessário.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Srs. Deputados, concluímos o ponto da ordem do dia que estávamos
a apreciar. As iniciativas serão votadas no período de votações regimentais.
Vamos proceder, agora, ao debate conjunto da petição n.º 259/XII (2.ª) — Apresentada por Ivo Miguel
Barroso Pêgo, e outros, solicitando à Assembleia da República a desvinculação de Portugal ao Acordo
Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 e dos projetos de resolução n.os
890/XII (3.ª) — Recomenda ao
Governo a criação urgente de um Grupo de Trabalho sobre a Aplicação do Acordo Ortográfico (CDS-PP e
PSD), que foi aprovado com o título «Acompanhamento da aplicação do acordo ortográfico em Portugal» e
com o texto alterado pelos seus autores, 965/XII (3.ª) — Recomenda a criação do instituto português da
língua, a renegociação das bases e termos do Acordo Ortográfico ou a desvinculação de Portugal desse
Acordo (PCP) e 966/XII (3.ª) — Recomenda a revisão do Acordo Ortográfico (BE).
Para apresentar o projeto de resolução do CDS-PP e do PSD, tem a palavra o Sr. Deputado José Ribeiro e
Castro.
O Sr. José Ribeiro e Castro (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Não se trata de um
projeto dos grupos parlamentares do CDS-PP e do PSD mas de vários Deputados que o subscreveram, o qual
apresento com todo o gosto.
No dizer feliz de Adriano Moreira, a língua portuguesa não é nossa, também é nossa. Isto é, temos de ser
sensíveis à gestão comum da nossa língua e a instrumentos de gestão comuns da nossa língua, que
constituem um grande desafio contemporâneo, embora tenhamos de ter plasticidade e inteligência para
alcançar um equilíbrio entre os instrumentos normativos, que às vezes geram grandes reações, e o trabalho
sério, plástico, de academias, de linguistas, de especialistas e, sobretudo, daqueles que criam todos os dias a
língua — os escritores, os autores, o jornalistas, homens e mulheres de letras, os professores.
Sabemos que esse diálogo tem sido conturbado, o que não é difícil de compreender, porque uma língua
viva é um objeto de paixão, é um organismo vibrante, portanto, um organismo insubmisso.
Na Assembleia, há um ano, tivemos um grupo de trabalho. Não tiramos dos trabalhos desse grupo trabalho
as conclusões que outros grupos tiraram, achamos precipitado tirar essas conclusões, mas há um conjunto de
problemas que, no nosso entender, merecem ser «agarrados» e daí o grupo de trabalho que propomos a nível
governamental.
Refiro-me a problemas políticos, quanto à efetividade da sua aplicação, e a problemas técnicos.
Consideramos, aliás, que a solução inteligente desses problemas técnicos poderá melhorar as soluções e
incrementar a adesão de todos à língua portuguesa, no futuro.
Aplausos de Deputados do CDS-PP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Pelo PSD, tem a palavra a Sr.ª Deputada Rosa Arezes.