13 DE MARÇO DE 2014
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A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Ora, aquilo que o Sr. Deputado aqui nos traz não é uma alternativa a
isso, é exatamente confirmar esta política, confirmar esta Europa que é, sim, a pior Europa possível.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana
Catarina Mendonça.
A Sr.ª Ana Catarina Mendonça (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Filipe Lobo d’ Ávila, queria saudar a
sua intervenção porque ela tem em tudo uma caricatura. O Sr. Deputado consegue subir à tribuna para falar
da Europa, falar de eleições europeias, falar do projeto europeu, falar até do seu candidato e do candidato da
sua família política à Comissão Europeia sem nunca referir o nome do seu cabeça de lista ao Parlamento
Europeu.
Vozes do PS: — Ah, pois é!
Vozes do PSD: — Então não referiu?
A Sr.ª Ana Catarina Mendonça (PS): — É, aliás, sintomático que o tenha ignorado, porque aquilo que os
senhores, com esta proximidade das eleições europeias, estão a tentar é que o povo esqueça que, nos últimos
10 anos, a Europa e a Comissão Europeia foram lideradas pela família política do PPE (Partido Popular
Europeu), que é verdade que nos últimos anos a Europa perdeu toda a sua capacidade de responder a esta
crise, que é verdade que as pessoas estão hoje pior na Europa, e em particular em Portugal, do que estavam
há dois anos atrás. Sr. Deputado, do Congresso do PPE, que respostas é que saíram para combater a crise?
Que resposta pode surgir para a Europa do futuro?
Perante esta crise, aquilo que tem acontecido ao longo dos últimos anos são respostas paliativas que não
conseguiram consolidar uma Europa enquanto projeto de solidariedade e enquanto projeto de coesão social.
Sr. Deputado, para o PS, o projeto da Europa não é aquele que existe hoje em dia, é um projeto de
solidariedade e de coesão social que o PPE conseguiu «matar» ao longo dos últimos tempos. Ora, a resposta
que o PPE nos traz é mais do mesmo, ou seja, é mais austeridade, são mais cortes, é mais empobrecimento
deste projeto europeu.
Por isso, quando estamos a falar de projeto de solidariedade na Europa não confunda essa solidariedade
com aquilo que está hoje espelhado na Europa, que é uma Europa dividida entre o Norte e o Sul, é uma
Europa dividida entre os mais ricos e os mais pobres, entre aqueles que foram pecadores e os que são
melhores. Isso não serve um projeto europeu e muito menos serve para dar resposta às graves
consequências da crise que hoje vivemos.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Filipe Lobo d’ Ávila.
O Sr. Filipe Lobo d’Ávila (CDS-PP): — Sr. Presidente, começo por agradecer os pedidos de
esclarecimento das Sr.as
Deputadas Mariana Mortágua e Ana Catarina Mendonça.
Sr.ª Deputada Ana Catarina Mendonça, a senhora falou em caricatura e eu, de facto, até percebo a sua
intervenção. Na verdade, a Sr.ª Deputada critica-me por não falar no cabeça de lista Paulo Rangel, mas não
há qualquer questão quanto a isso.
Vozes do PS: — Mas não falou!
O Sr. Filipe Lobo d’Ávila (CDS-PP): — Sobre a Aliança Portugal já respondi ao Deputado que me
questionou anteriormente.