I SÉRIE — NÚMERO 59
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O Sr. Miguel Santos (PSD): — Ah!
O Sr. João Soares (PS): — … que, aliás, a bancada do PSD começou por negar.
É bom termos memória, mesmo de factos relativamente recentes. Quando o último Governo do Partido
Socialista estava no poder, os senhores diziam que não havia crise internacional e era a incapacidade do
Governo do Partido Socialista para gerir os interesses do País, mas agora passam a vida a chamar a atenção
para a crise internacional. Não temos e nunca tivemos essa postura maniqueísta. Continuamos a acreditar
numa Europa de progresso e de solidariedade, não obstante as imensas dificuldades.
Ao contrário do que acontece com praticamente todas as outras bancadas, e isto também se dirige ao
nosso colega e meu amigo António Filipe, fomos fundadores, tivemos um papel importante na Constituição
Portuguesa de 1976, bem como tivemos um papel absolutamente decisivo na adesão à Europa, uma Europa
que se caracterizava por ser uma Europa de desenvolvimento sustentado e de solidariedade.
O Sr. Deputado António Filipe, que é um homem que conhece a história e que tem, aliás, obras
interessantes, recém-publicadas, sobre matérias históricas sabe muito bem que as coisas se modificam.
Obviamente que a Alemanha de Willy Brandt não é a Alemanha da Sr.ª Merkel. Não lhe vou dizer que, por ter
sido educada na Alemanha de Leste, provavelmente, seja pior que Willy Brandt, até porque Willy Brandt teve
uma política de abertura a Leste particularmente interessante e deu um contributo reconhecido por todos para
aquilo que foram os grandes anos em que vivemos, mas a História modifica-se.
Como disse há pouco, em resposta ao Sr. Deputado Ribeiro e Castro, devo dizer que conheço bem os
novos países que saíram da antiga União Soviética, como alguns dos nossos colegas que aqui estão, e, nessa
matéria, as coisas modificaram-se, e modificaram-se muito, muito, muito!
Quando falamos de economia de casino…
O Sr. Alberto Martins (PS): — Não se esqueça de responder à Sr.ª Deputada Mónica Ferro.
O Sr. João Soares (PS): — O meu líder de bancada está a chamar-me à atenção, como deve, para a
necessidade de responder à Sr.ª Deputada Mónica Ferro. Vou responder à Sr.ª Deputada Mónica Ferro com a
maior das simpatias e o maior dos gostos.
Risos.
Acreditamos profundamente nessa ideia de Europa e estamos profundamente apostados.
Mais: escolhemos um dos melhores dirigentes do Partido Socialista para chefiar a nossa candidatura ao
Parlamento europeu. Saúdo com a mais fraterna e sincera das admirações o meu querido amigo e camarada
Francisco Assis, que é o grande líder da lista que o Partido Socialista apresenta para estas eleições e que vai
obter para Portugal — não é para o PS, é para o interesse de Portugal — uma vitória que será o primeiro sinal
da mudança e do novo rumo que se impõe em Portugal, na defesa dos ideais europeus.
Aplausos do PS.
Esse é que é o nosso programa. Foi sempre o nosso programa, com todos aqueles de que falou e ainda
mais alguns de que se esquecem sempre pelo caminho e que foram também muito importantes na construção
do progresso no quadro europeu.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, tem sido uma tarde em que todos têm excedido o tempo
desmesuradamente. Aliás, todos não. A Sr.ª Deputada Mónica Ferro está a dizer que não e tem razão. A Sr.ª
Deputada respeitou o tempo, mas foi a única.
Queria pedir aos Srs. Deputados para não compararmos as próximas intervenções com as anteriores,
senão arrastar-se-á uma equidade insuportável em termos de tempo.