I SÉRIE — NÚMERO 59
22
Vozes do PSD: — Muito bem!
A Sr.ª Mónica Ferro (PSD): — Afinal, encontramos em vós, em vez de uma voz de alternativa, uma voz
que apenas sabe apontar o dedo.
O Sr. Deputado falou mais de 10 minutos mas gastou muito pouco tempo da sua intervenção a fazer uma
meia dúzia de promessas demasiadamente vagas, na nossa opinião, para quem quer ser uma alternativa,
porque é disso que estamos a tratar.
Se, afinal, este é o manifesto eleitoral do PS às próximas eleições europeias, gostava de saber o que é que
vos distingue de outros partidos, gostava de saber o que é subscrito pelo vosso colega Francisco Assis, que é
o vosso cabeça de lista.
Vozes do PSD: — Muito bem!
A Sr.ª Mónica Ferro (PSD): — Também gostava de saber se isto interpreta fielmente o sentir desta
bancada do Partido Socialista. É que os portugueses que vão votar no dia 25 de maio precisam de saber que
PS é que vão eleger.
Portanto, Sr. Deputado, a minha pergunta final é só esta: o manifesto eleitoral do PS é «vamos sair da
Europa»? O manifesto eleitoral do PS é «não queremos Europa»? Esta pergunta é fundamental, Sr. Deputado.
Aplausos do PSD.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Sair do euro!
A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado José Ribeiro e Castro.
O Sr. José Ribeiro e Castro (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. as
e Srs. Deputados, Sr. Deputado João
Soares, começo por cumprimentá-lo pela intervenção que aqui nos trouxe.
Diria que a bancada do CDS, porventura, convergiria com muitas das perguntas e muitas das
perplexidades face às dificuldades com que o projeto europeu hoje se confronta.
De facto, é possível perguntarmos «que Europa é esta». Porém, a questão não tem a ver tanto com as
perguntas que fazemos, mas com as respostas que cada um de nós dá. Temos algumas respostas, mas
gostávamos de conhecer quais são as respostas do Partido Socialista relativamente a estas perguntas.
O Sr. Deputado evocou riscos que existem hoje sobre a segurança europeia e, quanto à crise da Ucrânia, é
uma interpelação fortíssima.
Por isso, gostava de saber quais são as respostas do PS à questão da Crimeia, quais são as respostas do
PS às eleições de 25 de maio, não as europeias, mas as presidenciais na Ucrânia, que são decisivas para a
transição democrática neste país e para o respeito que todos os atores, a começar pela Rússia, têm de ter
pela transição democrática na Ucrânia. Gostava de saber qual é o vigor dos socialistas europeus e do PS
português nesta matéria.
Mas vamos às questões mais internas. O Sr. Deputado falou da austeridade punitiva e cruel e pergunto-lhe
se distingue esta retórica de uma exigência de rigor orçamental, ou seja, rigor e equilíbrio orçamental.
Sabemos que a moeda do euro foi construída com alguns erros, mas houve exigências que careciam de
ser cumpridas, nomeadamente os limites de 3% do PIB de défice público e de 60% do PIB na dívida pública. O
Sr. Deputado reconhece ou não que o desrespeito continuado destes limites contribuiu de uma forma decisiva
para a crise em que estamos? Concorda ou não que os tratados são para cumprir?
Por exemplo, o Sr. Deputado e a sua bancada endossaram, neste Parlamento, o tratado orçamental. O Sr.
Deputado e o PS querem ou não cumprir o tratado orçamental?
Pergunto isto porque, há dias, um jovem dirigente do Partido Socialista, João Torres, líder da JS, apareceu
a defender que o tratado orçamental impede uma política de esquerda.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — É verdade!