14 DE MAIO DE 2014
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recomendar ao Governo que regulamente a legislação do arvoredo histórico, uma lei aqui aprovada por
unanimidade e que o Governo não regulamenta; há ainda uma resolução da Assembleia da República de
2010, que fala, precisamente — veja bem, Sr.ª Ministra! —, na revisão do Fundo Florestal Permanente, no
apoio de emergência a famílias que perderam as fontes de subsistência e na implementação de infraestruturas
de informação cadastral e que, em grande parte, se encontra por cumprir.
Por isso, mais importante do que as resoluções aprovadas por unanimidade é saber se o Governo está ou
não disponível para cumprir essas resoluções da Assembleia da República.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Ministra da Agricultura e do Mar.
A Sr.ª Ministra da Agricultura e do Mar: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Rui Pedro Duarte, em matéria
de sapadores florestais, as declarações do Sr. Secretário de Estado das Florestas foram no sentido de explicar
o que vem previsto na Estratégia Nacional para as Florestas, que foi revista e está em discussão pública, onde
se assume como objetivo, até 2020, podermos chegar às 500 equipas de sapadores florestais.
O que lhe posso dizer, Sr. Deputado, é que, neste momento, estamos a trabalhar para termos 10 novas
equipas de sapadores florestais e para que, no próximo quadro financeiro plurianual, em que esta matéria
passará a ser financiada através dos fundos estruturais, se possam intensificar os esforços na constituição
destas equipas.
Em relação às questões que colocou sobre a estabilidade ou não destas equipas, posso dizer-lhe que
quando chegámos ao Governo eram feitas muitas críticas à forma como algumas equipas funcionavam —
como em tudo, há equipas que funcionam muito bem e há outras que funcionam muito mal. E um dos pontos
que foi sinalizado com sendo prejudicial e que criaria incentivos negativos ao bom funcionamento das equipas
de sapadores florestais era o facto de as pessoas entenderem que, durante um período plurianual, estavam
garantidas e que, nalguns casos, não seria preciso fazer esforços a sério para poder manter a equipa.
Ora, a anualização, longe de pretender tirar alguma estabilidade, pretende introduzir mais qualidade, mais
controlo e, com isso, ter equipas de sapadores florestais a funcionarem muitíssimo melhor. Creio que isso já
se vai sentindo, que essa alteração já vai produzindo os seus efeitos.
Portanto, o nosso objetivo é manter um controlo, aliás, com uma melhor definição do serviço público,
matéria para a qual a questão que referiu a propósito das comissões municipais também pode ter interesse de
maneira a que, bem definido o serviço público, também possa haver um bom controlo anual da prestação
efetiva desse mesmo serviço público.
Concordo com o Sr. Deputado quando diz que a lógica municipal deve ser reforçada. Estamos disponíveis
para assim o fazer.
Sr.ª Deputada Helena Pinto, creio que já tive esta discussão com a Sr.ª Deputada 1001 vezes. Faça-me
pelo menos a justiça de ouvir aquilo que eu lhe digo: ainda bem que temos os números do Regime Jurídico
Aplicável às Ações de Arborização e Rearborização (RJAAR) porque se não fosse o RJAAR eles não
existiriam nunca. Hoje, a Sr.ª Deputada pode invocar números porque existe o RJAAR, senão não poderia
sequer dizer, de uma forma muito clara, se há ou menos eucaliptos.
A segunda nota que quero deixar é a seguinte: de acordo com o RJAAR, 79 processos são de
rearborização. Não há áreas novas, quase 80% dos processos são de rearborização, com a mesma espécie
que lá estava, portanto não há aumento de áreas, e 21% são novas áreas, aqui, sim, com expressão
significativa do eucalipto mas também do pinheiro manso.
Sr.ª Deputada Helena Pinto, lembro que o Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER) não apoia o
eucalipto e nestas áreas novas não estão todas as áreas novas que são apoiadas pelo PRODER, onde consta
tudo o resto que não é eucalipto.
Acresce que há uma espécie muito importante para o nosso País, que corresponde a uma das maiores
fileiras, que é o pinheiro bravo, que também, como a Sr.ª Deputada sabe, normalmente não é plantado, opera
por regeneração natural. Ora, também isso está fora do âmbito do RJAAR.