I SÉRIE — NÚMERO 91
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O Sr. Deputado Paulo Campos defendeu o seu trabalho no Governo e disse que o nosso Governo não era
recomendável. O Sr. Deputados tem todo o direito de falar neste Parlamento, é um Deputado eleito, não tem
nem mais nem menos direitos do que qualquer outro Deputado, mas penso que devia ter um «pingo» de
vergonha ao dizer o que disse na tribuna.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Deputado disse que este Governo não é recomendável. Pois eu digo que o Sr. Deputado e o seu
Governo é que não foram recomendáveis para o País. O Sr. Deputado não foi politicamente sério quanto ao
disse na tribuna e foi um governante incompetente, que hipotecou o País em décadas porvir.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Hélder Amaral.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Paulo Campos, eu diria «por quem Deus
nos manda avisar» e é preciso topete, parafraseando o ex-dirigente do meu partido Diogo Freitas do Amaral.
Vou fazer-lhe uma pergunta simples: o Sr. Deputado nega o que consta do jornal Público, segundo o qual o
Presidente da Estradas de Portugal, Almerindo Marques, admite pressão de Sócrates para obras e mais obras
e mais obras? Nega esta frase?
O Sr. Altino Bessa (CDS-PP): — Por pressão do Secretário de Estado!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — O Sr. Deputado nega a entrevista que V. Ex.ª deu em 25 de outubro de
2011 — e a pergunta é importante, porque é a última oportunidade de V. Ex.ª sair daqui como um Deputado
que fala verdade e faz uma discussão séria, — segundo a qual dizia, e garantia, que «as parcerias público
privadas não trouxeram um euro de encargo»? Sr. Deputado, explique lá isso, por favor.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Campos.
O Sr. Paulo Campos (PS): — Sr.ª Presidente, já muitos disseram que o argumento dos fracos é a calúnia
e a insinuação.
Vozes do PS: — Muito bem!
Protestos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Paulo Campos (PS): — E nestes pedidos de esclarecimento ficam muito bem demonstrados quais
são os argumentos. Num debate potestativo em que oito Deputados da maioria tomaram intervenção neste
Plenário, a verdade é que, até agora, ainda não deram resposta às legítimas questões que a bancada do
Partido Socialista colocou.
Vozes do PSD: — Oh!
O Sr. Paulo Campos (PS): — As duas perguntas que devem ser colocadas neste debate são muito claras
— repito, são muito claras. Pergunto por que é que foram eliminadas duas recomendações, e volto a citar as
recomendações que foram eliminadas por este projeto de resolução, sendo que uma delas é a da aplicação
das recomendações do Tribunal de Contas. A maioria, no diploma que hoje nos apresenta, retirou esta
recomendação.