19 DE JUNHO DE 2014
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Existem, hoje, no nosso País milhares de trabalhadores em escolas, hospitais, centros de saúde e outros
serviços do Estado que desempenham funções permanentes mas com vínculos laborais precários. Desde
estágios profissionais, a falsos recibos verdes, a contratos a termo, a trabalho temporário, a regime de horas e
a outras situações de verdadeira mentira laboral, tudo serve para não cumprir as regras laborais
estabelecidas.
O Governo dá assim o pior dos exemplos que poderia dar para o setor privado ao mesmo tempo que
enfraquece a qualidade dos serviços públicos, porque não pode haver serviços públicos de qualidade sem
emprego com direitos e sem trabalhadores valorizados.
É por isso que consideramos que o combate à precariedade laboral, o combate à mentira nas relações
laborais, o combate ao trabalho não declarado e ilegal deve ser encarado pelo Governo como uma prioridade
absoluta.
Assim, a pergunta que lhe faço, Sr. Ministro, é a seguinte: o Governo vai continuar a fingir que não se
passa nada e a permitir e, de certa forma, até a colaborar na manutenção da mentira nas relações laborais?
Ou está disposto a assumir o seu combate e a colocar ordem no abuso que se está a instalar nas relações
laborais, nomeadamente na Administração Pública?
Creio que era bom que os portugueses soubessem a opinião do Sr. Ministro para saber com aquilo que
podem contar nesta matéria.
A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Andreia Neto.
A Sr.ª Andreia Neto (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados, o Sr.
Ministro trouxe hoje a esta Câmara uma boa notícia, um sinal francamente positivo: os dados que serão
revelados ainda hoje pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional apontam para uma descida do
número de desempregados e de inscritos nos centros de emprego. Já em abril deste ano o número de
pessoas desempregadas que se inscreveram na rede de centros do IEFP foi inferior em 9,3% ao valor de abril
de 2013.
Esta variação relativamente ao mês homólogo representa o maior abrandamento do fluxo de inscrição de
desempregados nos últimos três anos.
As inscrições nos primeiros meses de 2014 de pessoas desempregadas registaram uma diminuição de
4,5% relativamente a idêntico período de 2013, observando-se uma ampliação da diminuição do desemprego
homólogo. Hoje, podemos dizê-lo, estamos mais confiantes.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Deputados: Esta tem de ser uma grande notícia para os portugueses. Se
perguntarmos aos portugueses que nos indiquem quais são as suas maiores preocupações, o desemprego
estará, certamente, no centro dessas preocupações.
Também o Partido Social Democrata continua preocupado com o desemprego, mas, mais do que um
número isolado e circunstancial, este indicador revela uma tendência que há mais de um ano e meio e
mensalmente se repete numa trajetória constante de descida.
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Andreia Neto (PSD): — Uma trajetória que nos anima, mas que ainda não nos satisfaz. Aliás, se
cruzarmos este indicador com vários outros, positivos, estaremos em condições de dizer que, afinal, valeu a
pena, que, afinal, está a valer a pena.
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Andreia Neto (PSD): — Sr.as
e Srs. Deputados, é muito importante que os portugueses sintam e
saibam que os sacrifícios a que todos fomos obrigados tinham um horizonte de esperança que já se começa a
ver de uma forma mais nítida.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Exatamente!