19 DE JUNHO DE 2014
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Nessa matéria, naturalmente que o Estado tem de ter progressivamente um papel menor no sentido da
criação de emprego no conjunto global.
Especificamente, estes contratos emprego-inserção são figuras que correspondem a um modelo atual que
tem antecedentes. Não é um modelo que foi criado agora, é um modelo que tem um historial muito grande.
Esse historial corresponde a medidas de apoio a grupos profissionais com maiores dificuldades na
empregabilidade.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — É falso!
O Sr. Secretário de Estado da Administração Pública: — Não estamos a falar de grupos com
empregabilidade fácil, não estamos a falar de grupos profissionais com capacidade para concorrer a perfis de
mercado de trabalho ricos, sofisticados.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Não é verdade!
O Sr. Secretário de Estado da Administração Pública: — São grupos históricos, com uma presença
difícil no mercado e a utilização destes contratos de emprego, deste instrumento, é uma medida que tem, do
seu ponto de vista pessoal, qualidades que não são despiciendas.
Aliás, algumas avaliações que têm vindo a ser feitas relativamente à própria avaliação que os beneficiários
destas medidas fazem da sua inserção no âmbito destes contratos são positivas. São pessoas que têm
alguma dificuldade de inserção no mercado, com períodos longos de desemprego, com mecanismos de
isolamento pessoal que são penosos e esta oportunidade que lhes é dada…
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Está a falar de outra coisa!
O Sr. Secretário de Estado da Administração Pública: — … é valorizada pelos próprios e temos também
de a valorizar.
Quando falamos na Administração, parece que a Administração Pública está a fazer um recurso
generalizado deste tipo de mecanismo, o que não é verdade, porque os números apontam no sentido de
redução.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — De quanto?
O Sr. Secretário de Estado da Administração Pública: — Não é uma redução para zero, mas é alguma;
segundo o último número de que dispomos, são à volta de 5000 pessoas, não é um número muito significativo.
Portanto, não é um programa que esteja a ser utilizado de forma sistemática para cobrir necessidades
existentes, não. É um programa cujos beneficiários conseguem ter benefícios pessoais que de outra forma não
poderiam alcançar.
O objetivo desta inserção não é o de encontrar trabalhadores a preços…
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Está a falar ao contrário!
O Sr. Secretário de Estado da Administração Pública: — Não estamos a falar ao contrário, porque todos
os temas têm o seu verso e o seu reverso. Penso que não há uma dimensão tal como é apontada, é uma
dimensão relativamente restrita, e o programa não pode ser visto como uma forma de obter emprego a preços
baratos. Tem de ser perspetivado como uma forma de obter vantagens individuais para os beneficiários
dessas medidas.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Vamos retomar os pedidos de esclarecimento com a segunda e última
ronda.