I SÉRIE — NÚMERO 96
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Vozes do PSD e do CDS-PP: — Ora bem!
O Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social:— Eram dadas como anuladas, Sr.ª
Deputada, e isso não acontece agora, as pessoas continuam inscritas no Instituto de Emprego e Formação
Profissional e os seus direitos não são afetados.
Relativamente à pergunta do Sr. Deputado Nuno Magalhães, que agradeço muito, queria dizer-lhe, com
toda a clareza, que a situação relatada ontem é uma situação gravíssima. É uma situação ilegal e, mais do
que ilegal, é intolerável e o Governo não pode pactuar com empresas que querem obrigar trabalhadoras
portuguesas a não engravidar durante um período de tempo.
Quando tivemos conhecimento dessa denúncia, pedimos aos serviços inspetivos que contactassem a
pessoa que a fez para sabermos dos casos concretos, de forma a que os serviços de inspeção possam atuar,
nesses casos concretos, e possam penalizar quem tem comportamentos como esses, que são inaceitáveis,
ilegais e intoleráveis do ponto de vista do Governo.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Sr.ª Presidente, se me permitisse, pediria ao Sr. Secretário de Estado da Administração Pública para
completar a minha resposta na parte relativa aos contratos de emprego-inserção.
Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente António Filipe.
O Sr. Presidente: — A Sr.ª Deputada Sónia Fertuzinhos pediu a palavra para que efeito?
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Sr. Presidente, é uma interpelação para pedir à Mesa que faça chegar
ao Sr. Ministro o ofício de que falei.
Sr. Ministro, aproveito também para dizer que aquilo que afirmou sobre a desinscrição de desempregados
no tempo do Partido Socialista não é verdade. De acordo com os serviços que contactei antes de fazer a
pergunta ao Sr. Ministro, a declaração de há um ano e meio atrás teria referido «desempregado de longa
duração». Hoje, a resposta é esta que tenho comigo, Sr. Ministro.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Embora tenha extravasado um pouco a interpelação à Mesa,
naturalmente que será distribuído o que a Sr.ª Deputada pediu.
Entretanto, tal como solicitado, dou a palavra ao Sr. Secretário de Estado para completar as respostas do
Sr. Ministro.
Tem a palavra o Sr. Secretário de Estado da Administração Pública.
O Sr. Secretário de Estado da Administração Pública (José Leite Martins): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs.
Deputados: A invocação da Administração Pública neste debate, a propósito dos contratos emprego-inserção
e da chamada precariedade laboral, tem de ser vista num contexto mais vasto da política de emprego público.
Na nossa economia e na nossa sociedade, a política de emprego não pode ser uma política baseada no
aumento do emprego público, sem baias e sem limites. Portanto, encontrarmos soluções para os problemas
do desemprego pura e simplesmente aumentando o emprego público não é uma opção dos dias de hoje…
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Então, é de quando?!
O Sr. Secretário de Estado da Administração Pública: — Não foi uma opção nos últimos anos por força
dos compromissos que Portugal assumiu no âmbito do Programa de Ajustamento Económico e Financeiro,
não é também uma opção nos dias de hoje nem será no futuro, seguramente.
A criação de emprego tem de ser feita, para ser sustentável, para ter bases sãs, pela sociedade e pelas
empresas. Aí é que, de facto, estamos na zona da criação de emprego.