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3 DE JULHO DE 2014

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A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, acho bom situarmo-nos na

realidade, porque ela ajuda-nos a poder concluir algumas coisas, sendo a primeira a de que, em 2011, o País

não tinha forma de fazer face às suas responsabilidades de curtíssimo prazo, seja no pagamento de pensões

e de salários, seja de amortização de responsabilidades externas.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Não é verdade!

O Sr. Primeiro-Ministro: — O País não tinha forma de fazer face a responsabilidades importantes perante

os portugueses e perante aqueles que eram os seus credores. Nesta altura, o País vive uma situação de

confiança, que lhe permite, apesar de qualquer volatilidade que possa existir nos mercados, viver durante

quase um ano sem pôr em causa essas políticas.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — E o drama das pessoas?!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Ora, o Sr. Deputado há de convir…

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — E o drama das pessoas?!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Eu sei que quando a parte da realidade que eu cito não é do seu agrado o Sr.

Deputado acha que isso não faz parte da realidade. Mas foi o senhor que me convidou a olhar para a

realidade. Olhe também para esta, se fizer favor.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — A realidade não é o drama dos mercados, é o drama das pessoas!

O Sr. Primeiro-Ministro: — O Partido Comunista está habituado a capitalizar o descontentamento das

pessoas sempre que as políticas são impopulares e causam dor social. Nós, em Portugal, nestes três anos,

fomos forçados a prosseguir um caminho de ajustamento que trouxe dor e sacrifício à generalidade dos

portugueses e o Partido Comunista, agora que esse processo está invertido, deve estar a ficar preocupado,…

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Pois está! Pois está!

O Sr. Primeiro-Ministro: — … porque já só depende de alguma desorientação do Partido Socialista para

poder crescer no futuro mais imediato, uma vez que a economia do País está a recuperar e o desemprego

está a baixar.

O Sr. Deputado vai ter de mudar o seu foco para a realidade e também para aquilo que as pessoas

valorizam, ou seja, as pessoas valorizam ter mais oportunidades de emprego, as pessoas valorizam ver o

desemprego a descer…

O Sr. João Oliveira (PCP): — Isso é ofensivo para quem está desempregado!

O Sr. Primeiro-Ministro: — E não vale a pena, Sr. Deputado, vir com a velha história de que quando o

desemprego sobe é porque há despedimentos e política antissocial e quando o desemprego baixa é por causa

da emigração.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — E não é?! Saem 3000 por dia!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Faz lembrar, Sr. Deputado, aqueles que não gostam de olhar para a realidade

como ela é e têm sempre de encontrar uma boa desculpa para dizer «não, a realidade não é esta!»

Aplausos do PSD e do CDS-PP.