I SÉRIE — NÚMERO 102
26
a caminhar, galopantemente, para um Estado de segunda categoria, que não tinha condições para cumprir e
honrar os seus compromissos e que não tinha acesso a financiamento.
Ai do Estado que não tem acesso a financiamento, Sr.ª Deputada! Não desejaria, nunca, para o meu País,
um estado de autarcia em que, por uma questão de orgulho ou de outra natureza, tivéssemos de impor aos
portugueses sacrifícios que não fossem admissíveis numa sociedade moderna. Mas uma sociedade moderna
tem de ter regras, e essas regras não são apenas aquelas que nos impelem a ganhar votos nas eleições, são
também aquelas que estão disponíveis para conquistar o futuro, mesmo que seja à custa de políticas que
possam não ser populares. Mas serão os eleitores a julgar-nos por isso!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos de Os Verdes.
A Sr.ª Presidente: — A Sr.ª Deputada Catarina Martins pediu para interpelar a Mesa.
Tem a palavra, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr.ª Presidente, queria apenas solicitar a V. Ex.ª a distribuição de um
documento.
Se me permite, o Sr. Primeiro-Ministro pediu-me para distribuir o estudo do FMI que fala dos benefícios da
reestruturação da dívida, quando há critérios iguais àqueles que Portugal tinha em 2011. Tenho comigo esse
estudo, que é de junho de 2014.
Penso que é sempre relevante que, nestes nossos debates, para lá das nossas opiniões e de o Sr.
Primeiro-Ministro falar das obrigações que vêm do FMI, leia também os estudos, para saber que, se calhar, a
reestruturação não é um «papão». Pelo contrário, aqui está o estudo que comprova que é bem mais
abrangente do que pensa.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — O documento vai ser distribuído, Sr.ª Deputada.
Para interpelar a Mesa, nos mesmos termos, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, quero apenas dizer que tenho os dois documentos a que a
Sr.ª Deputada fez alusão. O que queria mesmo — de resto, disse na minha intervenção que estudei as fontes
e não encontrei o que a Sr.ª Deputada diz — era que a Sr.ª Deputada dissesse onde é que isso está escrito.
Por isso, convidei-a a ler, a citar, nos estudos que refere, aquilo que disse, isto é, que o FMI defende que
Portugal devia ter reestruturado a sua dívida em 2011.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Também para interpelar a Mesa, tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, gostava apenas de perguntar ao Sr. Primeiro-
Ministro, através da Mesa, se tem alguma lista dos edifícios públicos com amianto para entregar hoje na
Câmara. Basta acenar com a cabeça para dizer se sim ou não, não é preciso perdermos mais tempo.
A Sr.ª Presidente: — Sr.ª Deputada, trata-se de uma interpelação atípica, como, aliás, já é costume aqui,
no Parlamento.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr.ª Presidente, permite-me o uso da palavra?
A Sr.ª Presidente: — Pede a palavra para que efeito, Sr.ª Deputada?