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3 DE JULHO DE 2014

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Por fim, Sr. Presidente, termino dizendo o seguinte: este Governo não respeita os portugueses, que não

são, de facto, os verdadeiros beneficiários da ideologia do Governo, da ideologia macabra este Governo.

Aplausos de Os Verdes e do PCP.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Ministro da Economia.

O Sr. Ministro da Economia (António Pires de Lima): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados,

debatemos hoje o estado da Nação num ambiente de recuperação económica: o produto cresce, em termos

homólogos, 1,3% no primeiro trimestre de 2014 e o desemprego, apesar de ainda estar a níveis muito altos,

desceu de um máximo superior a 17%, quase 18%, em janeiro de 2013, para 14,3% em maio deste ano.

Sim, nós sabemos e, mais do que saber, nós sentimos. Foram três anos repletos de sacrifícios para as

famílias e de desafios muito exigentes para as empresas. Foi um percurso muito difícil e, para muitas pessoas

e empresas, um percurso mesmo heroico.

Não queremos voltar a passar por tão dura prova e humilhação como aquela que nos foi deixada como

legado.

Na hora do balanço de um Governo que assumiu responsabilidades no momento mais difícil podemos

dizer: honrámos os nossos compromissos financeiros, recuperámos a reputação da Nação e sem reputação —

é bom deixar este ponto claro — a recuperação da economia e a descida do desemprego não seria possível e

não estaria a acontecer.

A economia portuguesa cresce, hoje, de uma forma saudável e, por isso, está bem mais forte do que antes

da crise da dívida. Temos boas razões para acreditar, com esperança fundada e não com base em

pensamentos etéreos ou mágicos, num futuro melhor.

Nos últimos anos, a economia portuguesa começou por ser puxada pelo motor das exportações, isto é,

pela capacidade das nossas empresas competirem e ganharem quota de mercado a nível global. O peso das

exportações no produto passou de 28% para 41% do PIB.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Cumprimenta com o chapéu dos outros!

O Sr. Ministro da Economia: — Em apenas três anos, corrigimos um défice crónico da nossa balança

comercial externa, impulsionada pela exportação dinâmica de bens transacionáveis, com crescimentos

impressivos em praticamente todas as categorias de produtos, mas também pela pujança do setor dos

serviços, com assinalável expressão no turismo e na expansão notável dos centros de serviços qualificados.

Há alguém neste Hemiciclo que não reconheça e não sinta orgulho neste notável comportamento das

nossas empresas, mobilizado pelos nossos empresários, pelos nossos gestores, pelos nossos trabalhadores?

Pois se há, faz mal, do meu ponto de vista. Faz mal! O Governo, como sempre, manifesta aqui o orgulho nas

empresas portuguesas.

Sr. Presidente e Srs. Deputados: Ao motor das exportações, que, em 2016, de acordo com o Banco de

Portugal, valerão mais de 45% do produto, juntou-se, entretanto, o motor da procura interna.

Após uma queda substancial entre 2010 e 2013, os indicadores apontam para uma retoma do consumo

privado: crescimento de 1,5% no primeiro trimestre de 2014.

Esta recuperação assenta na melhoria dos níveis de confiança que atingiram em maio o melhor patamar

dos últimos cinco anos. E esta recuperação do consumo, ao contrário daquilo que aqui já se disse hoje, é feita

com uma balança comercial equilibrada, com uma taxa de cobertura de 100% nos primeiros quatro meses do

ano e sem défice externo.

Os tempos não estão para nenhuma espécie de euforia. A euforia, aliás, é muito má conselheira, mas a

confiança, este sentimento que está a ganhar espaço na sociedade portuguesa e que faz acreditar que os

momentos mais difíceis estão para trás e que Portugal e a sua economia estão no caminho certo, faz toda a

diferença no momento em que vivemos.

E é também este ambiente de confiança, assente num conjunto de reformas estruturais que foram fazendo

o seu caminho e num posicionamento geoestratégico único em Portugal, que explica o surgimento do terceiro