3 DE SETEMBRO DE 2014
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O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados: Depois
destas intervenções por parte do Governo e do PSD, a mensagem que o Governo e que a maioria PSD/CDS
hoje querem trazer aos portugueses, neste debate, é a de que enquanto o Governo e o PSD e o CDS
puderem os portugueses não terão descanso. Isto porque este Governo e esta maioria insistirão em novos
cortes salariais, insistirão em novas medidas de saque das pensões e das reformas.
Foi isso que o Governo e o PSD já hoje aqui afirmaram, neste debate, não só com as intervenções que
fizeram mas com as propostas que já apresentaram de novos cortes salariais, desmentindo o caráter
temporário dos cortes que vinham afirmando de há três anos a esta parte.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados, ao fim de
três anos de mandato deste Governo PSD/CDS, o legado que nos deixam é o de um recorde de
inconstitucionalidades, de uma política inconstitucional de empobrecimento de quem trabalha e de
favorecimento de quem acumula lucros, é um legado de afundamento do País e um legado de agravamento
das desigualdades e das injustiças no nosso País e de degradação da democracia.
O Sr. António Filipe (PCP): — Muito bem!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Dão-nos desculpas esfarrapadas sobre a sustentabilidade da segurança
social, da necessidade de equilíbrio das contas públicas e nós perguntamos: de que é que serviu esta política
de corte de salários, de corte nas pensões, de ataque aos direitos sociais dos portugueses? Esta política
resolveu algum dos problemas do País?
Não se resolveu o problema da dívida pública, pelo contrário, a dívida pública aumentou. Por outro lado, a
dependência externa do País agravou-se. Não se resolveu o problema do desemprego, que se vai disfarçando
na estatística com a emigração e com os quase 200 000 desempregados empurrados para a formação e para
os estágios.
O problema do défice orçamental mantém-se e não se resolveu nenhum dos problemas estruturais do País,
esta política não serviu o País e não resolveu nenhum dos problemas nacionais, mas serviu os interesses dos
grupos económicos, dos especuladores e dos agiotas que, nos últimos três anos, aumentaram os lucros e
fortunas à custa dos privilégios e dos benefícios concedidos pelo Governo e pela maioria PSD/CDS.
Vozes do PCP: — Muito bem!
O Sr. João Oliveira (PCP): — O que aqui discutimos hoje, Sr.as
e Srs. Deputados, é a teimosia e a
arrogância de um Governo e de uma maioria parlamentar que insistem no mesmo caminho de ataque aos
salários, de ataque às pensões, de ataque aos direitos sociais, para continuarem a servir os mesmos
interesses dos especuladores e dos agiotas, para continuarem a servir os interesses daqueles que, durante os
três anos de ruína para a maioria dos portugueses, viram na política deste Governo três anos de aumento das
fortunas e três anos de favorecimento e de benefício aos seus interesses.
O que o PSD e o Governo hoje, nas intervenções que já fizeram, a coberto de uma suposta desistência de
um ataque estrutural ao sistema de pensões, nos vieram dizer é que não vão dar o tempo como perdido, vão
encontrar certamente novas formas, provavelmente já através do Orçamento do Estado, de ataque aos
pensionistas e reformados. Isto porque é essa a natureza da política que desenvolvem, mantendo, por
exemplo, em vigor, ainda, a contribuição extraordinária de solidariedade com que atacam as pensões e as
reformas dos portugueses.
Aquilo que o PSD e o Governo já disseram, hoje, é que não darão descanso aos portugueses, e se o PSD
e o CDS não dão descanso aos portugueses, se este Governo não pretende dar descanso a quem trabalha,
se pretende manter o ataque e a política de saque aos rendimentos de quem trabalha, a resposta que vão
encontrar por parte dos portugueses é aquela que têm encontrado nos últimos anos, ou seja, é a reivindicação
pelos direitos de quem trabalha e é a luta contra este Governo e esta política.