I SÉRIE — NÚMERO 4
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O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — A desburocratização e a redução de custos de contexto da atividade do
turismo que este Governo tem vindo a fazer, e dos quais são exemplos a animação turística e a legislação
relativa às agências de viagens, cuja autora é a minha amiga e colega de bancada Cecília Meireles, têm
também aqui uma parte de responsabilidade.
As alterações feitas por este Governo no setor da promoção, que é um aspeto fundamental, passaram
decisivamente com sucesso. Passou a olhar-se para a promoção como uma matéria técnica e não política, o
que equivale a dizer que passou a ser mais eficaz, mais certeira e mais simples.
Permitam-me dar alguns exemplos para melhor clarificar este último fator, que visou aproximar a promoção
da cadeia de distribuição de valor, estando agora o turismo, nas suas várias fases — planeamento, reserva,
experiência e partilha —, muito mais próximo do consumidor.
Foi lançado um programa intenso de captação de imprensa internacional para vir a Portugal e escrever
sobre Portugal, visitar Portugal e tirar as suas conclusões. Foram realizadas, pelo menos, duas viagens de
jornalistas, criadas e organizadas pelo Turismo de Portugal. Os resultados, obviamente, estão à vista: a
notoriedade de Portugal é hoje muito maior e a perceção é muito melhor.
Intensificou-se um programa de captação de rotas aéreas e operadores turísticos, em parceria com a ANA,
de forma a haver mais voos para Portugal e os resultados estão à vista, nomeadamente em Lisboa e no Porto.
Entrou-se no marketing digital, que permite que hoje tenhamos promotores de motores de busca nas redes
sociais, na Internet, onde andam os turistas, onde andam novos mercados, onde andam novos consumidores
e, obviamente, essa matéria até foi alvo de elogio da Organização Mundial do Turismo.
Em suma, os dados do turismo em Portugal são extremamente positivos, prevendo-se que esse setor
continue a crescer ainda mais. Para isso têm contribuído, repito, as empresas, os agentes turísticos, mas
também o próprio Governo, que, com medidas muito concretas e com um diálogo muito concreto e muito
permanente com o setor, tem tido bons resultados.
É que a nível do reconhecimento internacional, Portugal também conseguiu conquistar — tomem atenção,
Srs. Deputados — 15 prémios no World Travel Awards, evento que distingue a excelência do setor da indústria
do turismo. O evento galardoou, por exemplo, a cidade do Porto, a de Lisboa, as ilhas da Madeira, a TAP, o
Turismo de Portugal, a empresa Douro Azul e oito hotéis portugueses.
Sr.as
e Srs. Deputados, o turismo é, de facto, um setor que merece ser acarinhado, é, de facto, um setor
importante, e foi por essa importância que quis fazer a declaração de hoje.
Aplausos do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para pedirem esclarecimentos, inscreveram-se os Srs. Deputados Bruno Dias, do
PCP; Mariana Mortágua, do BE; Nuno Encarnação, do PSD, e Hortense Martins, do PS.
Entretanto, o Sr. Deputado Hélder Amaral informou a Mesa que pretende responder em conjuntos de dois
pedidos de esclarecimento.
Tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Hélder Amaral, falou dos bons resultados do
setor do turismo registados até agora, este ano, e principalmente este verão, e o que quero dizer, em primeiro
lugar, é que ainda bem que há bons resultados neste setor.
Quando o turismo ganha, ganhamos todos, dirá V. Ex.ª. Pois é, o problema é que uns ganham quase tudo
e outros ganham quase nada. Aliás, não admira que V. Ex.ª tenha vindo outra vez com o andor do Fórum da
competitividade, que é, afinal, o inquérito ao patronato, que dirá, certamente, que em Portugal se está muito
bem com a concentração de riqueza, em que a parte dedicada aos salários e aos trabalhadores é cada vez
menor face à riqueza que é gerada e obtida.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — E é essa, exatamente, a questão incontornável que se coloca, que é sobre a
tradução concreta dos resultados que aqui referiu.