I SÉRIE — NÚMERO 6
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representação que tenham qualquer conotação de rendimento, muito menos que devam ser declaradas.
Portanto, tenho sobre isso a minha consciência completamente tranquila.
Deixe-me apenas concluir, dizendo o que me parece já ter respondido ao Sr. Deputado António José
Seguro, quando citou, também, uma entrevista de um dos fundadores do Centro Português para a
Cooperação. Em primeiro lugar, não fui contratado, Sr.ª Deputada, não fui contratado. Em segundo lugar, não
abri portas para ninguém. E quero voltar a dizer que se qualquer dos administradores da empresa tiver alguma
evidência de algum benefício que tenha colhido pelo facto de eles próprios terem participado nessa
organização, gostaria muito de saber, Sr.ª Deputada, porque eu não conheço.
Não farei nenhuma observação que possa ser um processo de intenção sobre seja quem for e o que cada
um esperava ou não atingir quando constituiu uma organização não-governamental. Não é matéria que me
mereça comentários. Cada um dirá aquilo que quiser mas, da minha parte, garanto-lhe, nunca houve nenhum
propósito nem nenhum resultado de andar sequer a fazer lobbying para essa empresa. Portanto, Sr.ª
Deputada, estou muito tranquilo relativamente a essa matéria.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para prosseguir, tem a palavra a Sr.ª Deputada Catarina Martins.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, o Centro Português para a
Cooperação era pago pela Tecnoforma e, como o Sr. Primeiro-Ministro sabe, e bem, «não há almoços grátis»
— acabou de nos explicar isso mesmo. Bem sei que, no seu mundo, o Sr. Primeiro-Ministro não foi contratado,
foi convidado; o Sr. Primeiro-Ministro não recebia salário, recebia despesas de representação. A única coisa
que o Sr. Primeiro-Ministro ainda não disse é quanto. Estamos a falar de montantes de que ordem?
Tostões ou milhões é uma forma de expressão, mas estamos a falar de 100 € ou de 100 000 €? Estamos a
falar de 50 contos ou de 500 contos? De que valores é que estamos a falar, destas despesas de
representação que tão generosamente lhe foram pagas enquanto era Deputado em exclusividade?
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Sr.ª Presidente, creio que já dei as explicações que a Sr.ª Deputada esperava ou,
pelo menos, de acordo com a pergunta que já me tinha formulado.
Mas volto a dizer que a sua pergunta, não leve a mal, está mal formulada. Não me foram pagas despesas
de representação no sentido em que isso constituísse qualquer parcela regular pelo facto de eu colaborar com
a instituição.
Volto a dizer que foram reembolsadas despesas — repito, foram reembolsadas despesas —, que estão
relacionadas com deslocações que fiz a Bruxelas, a Cabo Verde, ao Porto. São aquelas que recordo terem
ocorrido com mais intensidade, talvez, porque foi nesse projeto que mais colaborei. É disto que estamos a
falar, não é de outras coisas, Sr.ª Deputada.
Espero, em todo o caso, que a Sr.ª Deputada ainda tenha oportunidade para poder abordar outras
questões de relevante interesse político, económico e social.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Faça favor de prosseguir, Sr.ª Deputada Catarina Martins.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr.ª Presidente, o Sr. Primeiro-Ministro começou esta sessão fazendo
uma longa conferência de imprensa sobre este tema, portanto, é natural que queiramos fazer perguntas sobre
ele, mas não deixaremos de ir também aos outros temas que estão hoje em debate.
Aplausos do BE.