I SÉRIE — NÚMERO 7
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Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Em 2001 e em 2002, o Partido Socialista prometeu ao País um défice orçamental de 1.1. Enganou-se
quatro vezes: o défice foi de 4.4. Até aí recusou-se, pela mão do futuro líder parlamentar do Partido Socialista
— o que já de si é um mau agoiro — a fazer o que quer que fosse para resolver os problemas do País.
Vozes do PS: — Oh!
O Sr. José de Matos Correia (PSD): — Quando tinha ainda maiores exigências para o fazer, recuou-se a
fazê-lo.
Julgo que a disponibilidade do Partido Socialista para ajudar o País é tanta quanto a disponibilidade para
participar neste debate, formulando questões à questões que coloquei.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma declaração política, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana
Catarina Mendonça.
A Sr.ª Ana Catarina Mendonça (PS): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, Sr. Deputado Matos
Correia, talvez a melhor resposta para a intervenção que acaba de proferir sejam os 170 000 simpatizantes e
militantes que se deslocaram às urnas e quiseram dar um sinal ao País: o de que é preciso mudar a política de
maior empobrecimento que está a ser imposta às pessoas todos os dias.
Aplausos do PS.
Sr. Deputado, antes de iniciar a minha declaração política, permita-me que lhe diga que António Costa não
é um político qualquer. António Costa é um político de provas dadas: foi Ministro da Justiça, foi Ministro da
Administração Interna, é Presidente da Câmara Municipal de Lisboa e foi também líder parlamentar. Tem
provas dadas e, por isso, também foi escolhido.
Aplausos do PS.
Srs. Deputados, cinjamo-nos àquilo que é importante no dia de hoje. E o que é importante, Sr. Presidente,
Sr.as
e Srs. Deputados, é que domingo passado, como disse António Costa, no discurso que fez após
saberem-se os resultados, foi «o primeiro dia dos últimos dias deste Governo».
Aplausos do PS.
No domingo passado foi escolhido um candidato a Primeiro-Ministro com a maior participação de sempre
nessa decisãoe o PS deu um passo que, estou convicta, criará raízes na democracia portuguesa.
A fortíssima mobilização que estas primárias originaram prova bem a razão de quem sempre, no PS, as
defendeu.
No domingo passado, 170 000 pessoas saíram de casa para decidir o candidato do Partido Socialista a
Primeiro-Ministro, podendo fazê-lo, assim, pela primeira vez. Saíram com a alegria e o entusiasmo de
poderem decidir o destino do País. Responderam ao apelo e sentiram uma vontade cívica de participar na
escolha, uma vontade de participar nos seus destinos.
E a pergunta que se impõe é apenas uma: o que nos quiseram dizer todas essas pessoas? A resposta,
Srs. Deputados, parece-me, aliás, evidente e clara: quiseram dizer que só com o PS é possível liderar a
construção de uma alternativa a este Governo, a esta maioria de direita.
Aplausos do PS.