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2 DE OUTUBRO DE 2014

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Costa é, desde o domingo passado, o líder político efetivo do Partido Socialista. E, por isso, todos — cidadãos,

partidos, instituições da sociedade civil, agentes económicos, empresas — temos o direito de exigir ao Dr.

António Costa que saia, de uma vez, da zona de conforto em que, até agora, quis viver instalado e venha ao

País dizer o que pensa e o que pretende fazer.

Aplausos do PSD.

Temos o direito de saber, por exemplo, o que pretende fazer o Dr. António Costa em matéria de equilíbrio

das contas públicas, em matéria de redução do défice orçamental e em matéria de garantia da trajetória de

correção dos desequilíbrios macroeconómicos que herdámos de um Governo, um Governo do Partido

Socialista de que o Dr. António Costa sempre foi politicamente o número dois, mesmo quando formalmente o

abandonou para ser Presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Temos o direito de saber o que pretende fazer o Dr. António Costa em matéria de crescimento económico e

sobre os caminhos que tem para promover esse mesmo crescimento económico, uma vez que afirmações

vagas do género «sem crescimento não há criação de riqueza e sem criação de riqueza não se diminui o

desemprego» são uma vulgaridade a que todos estamos habituados.

Temos o direito de saber o que pretende fazer o Dr. António Costa, por exemplo, em matéria de União

Europeia, em questões tão fundamentais como o tratado orçamental — é para respeitar ou não é para

respeitar?

Temos o direito de saber o que pretende fazer o Dr. António Costa, por exemplo, em matéria de reforma do

Estado, nomeadamente se o Dr. António Costa está disponível para consensualizar soluções indispensáveis

para esse problema fundamental que o País enfrenta, manifestando, por exemplo, disponibilidade para discutir

neste Parlamento a reforma do Estado, no âmbito de uma comissão, aqui democraticamente instituída e que,

numa deriva antidemocrática, o Partido Socialista se recusou a integrar.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Temos o direito de saber muitas outras coisas, mas julgo que a lista que aqui deixei é suficiente para deixar

claro que, até hoje, o Dr. António Costa, sobre aquilo que é verdadeiramente relevante, «aos costumes disse

nada».

O Sr. Filipe Lobo d’Ávila (CDS-PP): — Já deve estar arrependido!

O Sr. José de Matos Correia (PSD): — Todos temos o direito, todos — a começar, evidentemente, por

aqueles que aqui representam o povo —, de fazer estas perguntas e todos temos o direito de exigir respostas.

E respostas prontas, respostas com conteúdo, sob pena de, se elas não chegarem, nós próprios podermos

retirar duas conclusões: ou que o Dr. António Costa não tem nem ideias nem propostas sobre os problemas

fundamentais que o País atravessa, o que seria muito grave, ou que o Dr. António Costa tem ideias e

propostas, porventura sérias e construtivas, mas tem receio de as apresentar porque teme a impopularidade

que isso pode gerar entre o povo, o que seria ainda mais grave.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Pelo menos, ao longo dos últimos 10 anos, o Partido Socialista tem

sido parte do problema e nunca parte da solução. Quando foi Governo, porque, ignorando os sucessivos

avisos feitos por todos, insistiu num caminho que só podia terminar naquilo em que terminou, na perda de

credibilidade internacional do nosso País, na incapacidade de acesso aos mercados de financiamento e na

quase bancarrota, que culminaram num pedido de ajuda externa e numa subordinação à vontade de credores