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2 DE OUTUBRO DE 2014

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Também lhe queria dizer que todo este processo do Partido Socialista trouxe para cima da mesa uma

perspetiva errada para os portugueses, porque distorce o momento das eleições legislativas. Nas eleições

legislativas, quando os portugueses votam, estão a eleger Deputados e não estão a eleger nenhum Primeiro-

Ministro. Não há nenhum candidato a Primeiro-Ministro.

Sr.ª Deputada, neste momento, os portugueses querem saber — seria importante que o dissesse — quais

são os compromissos que o Partido Socialista assume.

Perante a situação em que o País se encontra, perante a situação de extremas dificuldades das famílias,

dos trabalhadores, dos reformados e dos jovens, é urgente uma rutura com a política de direita.

A Sr.ª Deputada disse, na sua declaração política, que o Partido Socialista se assume como uma

alternativa e não como uma alternância. Seria importante, então, que pudesse concretizar que alternativa é

essa que o Partido Socialista propõe ao País e aos portugueses, porque o que temos tido nos últimos anos, de

facto, tem sido uma alternância.

O povo reclama o fim desta política, reclama uma política que defenda os interesses do País, os interesses

das populações e que promova o desenvolvimento e o progresso social.

A questão que se coloca é a seguinte: que perspetiva é que os portugueses podem ter para essa mudança

política? Essa mudança política tem de ser, como o PCP caracteriza, a de uma política patriótica e de

esquerda. E essa política patriótica e de esquerda faz-se de opções concretas.

Gostávamos de ver esclarecido este conjunto de questões: que compromissos é que o PS assume, tendo

em conta a necessidade urgente de renegociação da dívida nas taxas, nos montantes, nos prazos e nas

condições de pagamento? Que compromissos é que o PS assume perante a exigência da suspensão e da

revogação do tratado orçamental?

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar.

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr. Presidente, estou a concluir.

Que compromissos é que o PS assume perante a necessidade urgente de repor salários, pensões e

prestações sociais que foram cortadas? Que compromissos é que o PS assume perante a necessidade

urgente de pôr fim às PPP e de reverter essas responsabilidades para o Estado? Que compromissos é que o

PS assume perante milhares de portugueses, nomeadamente no que diz respeito a questões concretas, por

exemplo em relação às taxas moderadoras, ao fim da precariedade ou à vinculação de professores

contratados?

Estas são questões concretas que importa, neste momento do debate político, serem respondidas para que

se possa conhecer, efetivamente, as opções políticas do Partido Socialista.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno

Magalhães.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Ana Catarina Mendonça, gostaria de

começar por cumprimentá-la, bem como o Partido Socialista, pelas eleições diretas que realizaram e pela

eleição de um candidato a Primeiro-Ministro, que será, naturalmente, confirmado Secretário-Geral do Partido

Socialista.

Esse é sempre um momento importante e de grande vivacidade na vida dos partidos políticos, o que,

obviamente, explica e torna compreensível a emoção que colocou na sua declaração politica, o otimismo que

a norteou e até ter havido esquecimento em relação a alguns factos do passado, a uma parte da história do

que nos trouxe, quem nos trouxe e como nos trouxe para determinados sítios. Mas, valha a verdade, não me

queria concentrar em tais questões neste pedido de esclarecimento.

Sr.ª Deputada, através das suas palavras, ficámos a saber em que é que o PS não embarca, o que é que o

PS quer e o que é que o PS não fará.