2 DE OUTUBRO DE 2014
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social! Não se esqueça disso! Há uma história que é preciso lembrar e, por isso, Sr.ª Deputada, acho que
todos nós ganhamos legitimidade para colocar, hoje, à Sr.ª Deputada algumas questões fulcrais.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Queira terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Termino, Sr. Presidente.
Por exemplo, queria perguntar-lhe o seguinte: o Partido Socialista assume que é imprescindível numa
próxima legislatura repor, de imediato, tudo o que foi retirado nos salários e nas pensões aos portugueses?
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Boa pergunta!
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Porque julgo que o Partido Socialista ainda diz que é a dinâmica
da economia que poderá retirar o País da pobreza e gerar riqueza no País, mas, para isso, como todos
sabemos, é fundamental que os portugueses tenham poder de compra e que tudo o que lhes foi retirado ao
nível do rendimento seja reposto.
Termino, Sr.ª Deputada, dizendo-lhe que há coisas para as quais a resposta tem de ser imediata e não se
pode esperar para debater. Esta é realidade do País. Pergunto-lhe, então: com o que é que contamos da parte
do Partido Socialista?
Vozes do PCP: — Muito bem!
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Catarina
Mendonça.
A Sr.ª Ana Catarina Mendonça (PS): — Sr. Presidente, queria agradecer as perguntas dos Srs.
Deputados Paula Santos, Nuno Magalhães e Heloísa Apolónia e, talvez, recentrar o debate no contexto em
que ele acontece.
Estamos num debate, Sr.as
Deputadas Heloísa Apolónia e Paula Santos, depois de três anos de uma
política de austeridade e de uma política de ir além da troica.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
E o ir além da troica significou, como eu disse há pouco, empobrecer as pessoas, empobrecer o País e
desinvestir no País.
Quanto aos compromissos internacionais, Sr. Deputado Nuno Magalhães, o PS não rejeita o cumprimento
escrupuloso de nenhum compromisso internacional, mas há uma coisa que o PS rejeita: é ser uma voz
subserviente na União Europeia e aceitar tudo o que a União Europeia ou a troica nos impuseram.
Aplausos do PS.
Porque essa receita, Sr. Deputado, está esgotada, foi errada e os portugueses estão aí para explicar.
É preciso que nos concentremos também, Srs. Deputados, em que para aquilo que foi proposto, que será
desenvolvido e que será sufragado no próximo congresso do Partido Socialista, haja uma visão estratégica do
País; não uma visão de curto prazo, mas uma visão que possa permitir pensar o País, tentando recuperar
aquilo que de melhor o nosso País tem, desde as pessoas aos recursos, E lembro a quantidade de pessoas
que abandonaram o País e que tiveram de emigrar fruto das opções deste Governo e que têm de ter espaço
aqui dentro.
Mas é preciso também, perante as consequências da política deste Governo, que haja um programa de
recuperação económica rápido, que possa ajudar as empresas, que possa ajudar o investimento público, que
possa ajudar a que consigamos sair da situação a que chegámos hoje. Aliás, basta olhar para os dados mais
recentes sobre a pobreza para perceber que houve um real empobrecimento das famílias em Portugal.