9 DE OUTUBRO DE 2014
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São estes os dados que, aliás, o Governo tentou esconder,…
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Outra vez essa história?!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — … omitindo da Conta Geral do Estado de 2012 aquilo que foi a atribuição de
benefícios fiscais de 1045 milhões de euros às SGPS. E foi exatamente isto que o Sr. Deputado esqueceu na
sua intervenção: o favorecimento brutal…
A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Paulo Sá (PCP): — … que a política levada a cabo pelo Governo PSD/CDS faz relativamente às
grandes empresas. E, como não chegasse, ainda põem em curso perdões fiscais, como aquele de que
beneficiou Ricardo Salgado, que lhe permite pagar uma taxa de juro ínfima, muito mais baixa do que a de
qualquer trabalhador.
A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Concluo, Sr.ª Presidente, dizendo que o CDS e o PSD têm imposto uma política
fiscal de favorecimento dos grandes grupos económicos, levando a cabo um verdadeiro saque fiscal contra os
trabalhadores e prejudicando as micro e pequenas empresas. Todos os números, Sr. Deputado — e podemos
mostrá-los aqui, aliás, mostrámos gráficos nesse sentido —, demonstram exatamente isso, pelo que é
inegável.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Pedia aos Srs. Deputados que respondem, individualmente, às perguntas que, como
têm possibilidade de transferir a sua intervenção através das diferentes respostas, não procedessem a uma
multiplicação muito grande do tempo, que respeitassem o tempo de que dispõem com um particular cuidado.
Ainda para fazer perguntas, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Paulo Sá, em primeiro lugar, um
cumprimento democrático pela realização das jornadas parlamentares.
Na sua intervenção, referiu os resultados da política fiscal que tem sido levada a cabo por este Governo, e
eu creio que quem olha agora para o País e o conhecia há três anos sabe que está muito mais desigual, as
famílias estão mais pobres mas há uns poucos que ficaram bastante mais ricos. As fortunas não pararam de
aumentar em três anos, o que demonstra como, afinal, os sacrifícios não foram para todos, foram para aqueles
que trabalham, porque aqueles que vivem dos seus rendimentos, os grandes grupos económicos, esses, têm,
de facto, ganho muito dinheiro, à custa desta crise imposta pelo programa de austeridade e levada a cabo por
este Governo.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Bem lembrado!
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Mas, dito isto, o Sr. Deputado chamou a atenção para uma proposta
que o Bloco de Esquerda há muito vem dizendo ser necessária para o País, que é um imposto sobre as
grandes fortunas. Realçou-a, e realçou-a bem, porque ela é essencial para acabar com este saque que está a
acontecer, em que é o próprio sistema fiscal que é utilizado para retirar a quem pouco tem e dar a quem tem
muito; retira dinheiro a quem pouco tem e, depois, dá benefícios fiscais a quem vive das «autoestradas» de
capital para contas em offshore, a quem anda de SGPS em SGPS, benefícios, esses, que desaparecem
sempre da contabilidade e que só servem para tornar o País mais desigual, com as famílias portuguesas mais
pobres.
Dizendo isto, creio que há uma pergunta que se deve colocar em cima da mesa: como é possível que este
Governo olhe para o País e não diga o mais básico: é necessário baixar impostos, porque manter o que está