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9 DE OUTUBRO DE 2014

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carga fiscal sobre quem vive do seu trabalho, sobre os trabalhadores, mas também sobre as micro e pequenas

empresas.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Para fazer perguntas, tem a palavra o Sr. Deputado João Galamba, do PS.

O Sr. João Galamba (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Paulo Sá, o Partido Socialista cumprimenta o

PCP pela realização das suas jornadas parlamentares e por este importante tema que trouxe a debate no

Parlamento.

O Partido Socialista partilha bastantes das preocupações do PCP e uma das matérias mais importantes

prende-se com a desigualdade. A desigualdade é vista, muitas vezes, como uma questão meramente social e

esquece-se a dimensão económica da desigualdade, porque uma das coisas que o combate à desigualdade

permite é a promoção do crescimento económico e do emprego.

Uma política fiscal mais redistributiva, que alivie as pessoas de mais baixos rendimentos e tribute as

pessoas de mais altos rendimentos, permite aumentar o crescimento em Portugal, ao contrário do que, muitas

vezes, a direita defende. Uma política de combate às desigualdades é também, e não só, uma política de

fomento do crescimento económico e do emprego.

Portanto, a seu tempo, debateremos cada uma das propostas do PCP, quando forem apresentadas, mas o

Partido Socialista tem este entendimento: a política de combate às desigualdades é também uma política

económica.

Uma das perguntas que o Partido Socialista faz ao PCP é para saber se o PCP reconhece, ou não, que, ao

contrário dos últimos três anos — onde houve um aumento da desigualdade e da pobreza —, entre 2005 e

2011, houve uma redução efetiva da pobreza, das desigualdades, e, portanto, isto contraria um pouco a

posição tradicional do Partido Comunista Português no sentido de que PS, PSD e CDS são iguais.

Nesta matéria, não são, Sr. Deputado!

A pobreza e a desigualdade caíram, há vários exemplos dessa matéria: houve aumento da tributação em

IRS, nos escalões mais elevados; houve tributação sobre a banca criada; houve também um aumento muito

significativo do salário mínimo nacional.

Por conseguinte, Sr. Deputado, pretendemos saber se o PS, no futuro, quando for debatido o seu programa

de recuperação económica, pode contar, ou não, com o PCP para soluções credíveis, e não fantasiosas, de

redução das desigualdades, que são uma necessidade de justiça social do nosso País, mas também uma

necessidade económica.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado Paulo Sá, tem a palavra para responder.

O Sr. Paulo Sá (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado João Galamba, agradeço-lhe a questão colocada

e, obviamente que a política fiscal tem também uma dimensão económica e pode ser um instrumento

importante de combate às desigualdades.

Aliás, na minha intervenção proferida da tribuna, eu dizia que a política fiscal levada a cabo também por

Governos do PS agravou a situação, agravou as desigualdades no País, se tomarmos um período alargado.

Obviamente que a situação fiscal, hoje, é mais grave, mas, se olharmos para os números numa perspetiva,

digamos, de 10 ou 15 anos, vemos também tendências, que já existiam na altura do Governo PS e que

mantêm hoje. Vemos, por exemplo, a tendência da diminuição do IRC e a do aumento do IRS e a do peso

relativo destes dois impostos.

Vozes do PCP: — Exato!

O Sr. Paulo Sá (PCP): — E isto não é só dos últimos três anos, isto acentuou-se nos últimos três anos,

mas já vinha de trás. Quando olhamos para as séries da evolução da receita fiscal — impostos diretos, IRS,